
De 2011 a 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil terá crescido não mais de 2,2%, se considerada uma projeção de queda de 4,5% neste ano feita pelo Ministério da Economia. No mesmo período, segundo cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB global terá crescido 30,5%.
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Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, embora a economia brasileira cresça abaixo do ritmo mundial há 40 anos, nunca essa disparidade foi tão grande quanto nesta década prestes a acabar.
A taxa de 2,2% numa década, que seria fraca até como um resultado anual, é bem inferior à do crescimento da população brasileira ao longo desses dez anos, estimada pelo IBGE em 8,7%. Em outras palavras, a renda média nacional por habitante encolheu.
A cifra se traduz em óbvia perda de bem-estar da população, mensurável em índices como os de desemprego e pobreza. O resulto ainda representa que o país distanciou mais profundamente do padrões mundiais de riqueza e desenvolvimento.
Durante essa década, o Brasil perdeu terreno entre as economias emergentes e pobres, cujo crescimento previsto é de 47,6%. Teve desempenho inferior também ao dos países ricos, que têm alta conjunta estimada em 11,5%.
Pela projeção mais recente do Ministério da Economia, o PIB brasileiro fechará o ano de 2020 e a década em R$ 7,221 trilhões, o que corresponde a R$ 34.101 para cada residente do país.
Em valores corrigidos, a renda per capita nacional chegava a R$ 36.245 ao final de 2010. Ao longo de dez anos, portanto, terá havido recuo de 5,9%.
O malogro brasileiro no decênio chama mais a atenção devido ao contraste com o relativo sucesso do país nos dez anos anteriores —que motivou, em 2009, a célebre capa da revista britânica The Economist que mostrava o Cristo Redentor decolando.
De 2001 a 2010, o PIB nacional teve crescimento de 43,5%, não muito diferente da taxa observada no mundo, de 46,9%. Apenas no ano final do período, houve expansão de 7,5%, a maior desde 1980.
Com informações da Folha de S. Paulo