Três entidades médicas envolvidas com áreas de tratamento da covid-19 assinam documento em que recomendam a não utilização de hidroxicloroquina e de suas associações com azitromicina na rotina de tratamento da doença.
A Folha conta que as recomendações com diretrizes para o tratamento farmacológico da covid-19 foram produzidas por 27 especialistas brasileiros e é fruto do consenso entre as entidades: Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Para esses especialistas, que fizeram revisões em cerca de 79 publicações nacionais e internacionais disponíveis sobre as terapias contra a Covid-19, o nível de evidências para uso da cloroquina e sua derivada é fraco.
Contrariando as recomendações enfáticas do documento produzidos pelas entidades, nesta quarta-feira (20) o Ministério da Saúde divulgou protocolo para o uso do medicamento no tratamento do novo coronavírus.
Entidades de excelência
A formação do consenso contou com contribuições dos principais hospitais de excelência do país, como a Associação Hospitalar Moinhos de Vento (Porto Alegre), o Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o Hospital Sírio-Libanês (São Paulo).
A eficária da substancia não é creditada pelas entidades científicas ao afirmarem que “as evidências disponíveis não sugerem benefício clinicamente significativo do tratamento com hidroxicloroquina ou com cloroquina”. E ainda incluem a combinação de hidroxicloroquina (ou cloroquina) com a azitromicina.
O documento também alerta para a ocorrência de efeitos adversos cardiovasculares, em especial arritmias, para a associação dessas drogas.
“Seu uso preferencial deve ser realizado mediante protocolos de pesquisa clínica”, dizem os pesquisadores sobre a droga.
As recomendações estão alinhadas à indicação do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), dos EUA.
Com informações da Folha e Uol.