A CPI da Pandemia no Senado ouve nesta quarta-feira (14), o depoimento de Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos. Aos senadores, Emanuela afirmou que foi necessário alterar a primeira entrega das vacinas Covaxin, que seria de 4 milhões de doses, por conta do transporte. Segundo ela, era preciso registrar um processo de validação da cadeia de transporte, o que não deu tempo de ser feito antes.
“Teria que ser feito com o próprio produto, o que é muito arriscado do ponto de vista de seguro. A própria Bharat determinou fazer a primeira [entrega] com um teto de até US$ 50 milhões.”
Emanuela Medrades
De acordo com a depoente, a alteração foi autorizada pela fiscal do contrato, Regina Celia.
Depoimento de Francisco Maximiano é adiado para agosto
Na retomada da reunião, o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), informou que o depoimento de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, foi adiado para agosto. Ele seria ouvido hoje, após Emanuela Medrades, mas, segundo o senador, ficou impossível, dado o grande número de parlamentares inscritos para fazer perguntas.
Emanuela afirma que só enviou invoice em 22 de março
À CPI Emanuela negou, após exibição de vídeo em que participa de audiência no Senado, que a primeira invoice da negociação com a Covaxin chegou ao Ministério da Saúde em 18 de março. A data foi informada pelo consultor do Ministério da Saúde William Amorim Santana durante depoimento na CPI.
“Eu não fui detalhista no vídeo. Provei e provo mais uma vez que essa invoice só foi enviada no dia 22 [de março]. Desafio William Amorim e Luis Ricardo Miranda a provarem que receberam dia 18, porque eles não vão conseguir. Estou disposta inclusive a fazer uma acareação”, disse a depoente.
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STF decide que depoentes podem ficar calados na CPI
A decisão da Suprema Corte levou a CPI a pedir explicação sobre o alcance da decisão e o depoimento de Emanuela acabou não ocorrendo nesta terça-feira (13). O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), atendeu ao pedido de adiamento feito pela diretora da Precisa, que alegou estar “exausta”.
A Precisa é responsável por um contrato com o Ministério da Saúde para aquisição da vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech, que não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Irmãos Miranda indicaram suspeitas à CPI
Em depoimento à CPI, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, indicaram suspeitas de irregularidades envolvendo a compra dessa vacina.
Segundo o depoimento de ambos os irmãos, Luis Ricardo foi pressionado por seus superiores no Ministério da Fazenda a agilizar a compra da Covaxin fazendo o pagamento de uma fatura referente à negociação que continha várias irregularidades. O deputado, por sua vez, revelou ter levado o fato ao conhecimento do presidente da República, Jair Bolsonaro, o qual teria mencionado o nome do líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
Com informações da Agência Senado