O Ministério Público e a Polícia Civil cumprem, nesta terça-feira (30), no Rio de Janeiro, quatro mandados de prisão e 20 de busca e apreensão contra o Escritório do Crime, grupo formado por policiais, ex-policiais e milicianos investigados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.
O principal alvo é Leonardo Gouvea da Silva, o Mad, substituto do ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Adriano Magalhães da Nóbrega, à frente da organização criminosa. O irmão dele, Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão, também foi preso.
“Não tenho nada com a morte da Marielle”, reagiu Mad assim que o delegado Daniel Rosa, da Delegacia de Homicídios, anunciou a sua prisão.
Mad e seu grupo são acusados do assassinato do empresário Marcelo Diotti da Mata, no dia 14 de março de 2018. A data do homicídio coincide com a dos assassinatos de Marielle e Anderson. Os dois crimes ocorreram à noite.
Segundo as investigações, pistoleiros da quadrilha praticam execuções por encomenda há mais de 10 anos.
Agressividade
Numa das denúncias apresentadas, o MP descreve que na atuação do grupo criminoso há emprego ostensivo de armas de fogo de grosso calibre. “A agressividade e destreza nas ações finais revelam um padrão de execução”, descreve o MPRJ.
“Fortemente armados e com trajes que impedem identificação visual, tais como balaclava e roupas camufladas, os atiradores desembarcam do veículo e progridem até o alvo executando-o sem chances de defesa”, emendam os promotores.
Leonardo, o Mad ou Paraíba, estava em casa, uma mansão em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio.
Um terceiro homem, que não era alvo da Operação Tânatos mas tinha um mandado de prisão por homicídio, estava na casa de Tonhão e foi preso.
Dois anos de investigações
A investigação começou em 2018, depois do depoimento de Orlando de Araújo, o Orlando Curicica.
Orlando chegou a ser apontado como executor da vereadora Marielle e revelou a existência do Escritório do Crime. Segundo Orlando, agentes da DH da Capital recebiam propina para não investigar os homicídios cometidos por esse grupo criminoso.
Os alvos
1. Anderson de Souza Oliveira, o Mugão;
2. Leandro Gouveia da Silva, o Tonhão, preso;
3. Leonardo Gouveia da Silva, o Mad ou Paraíba, preso;
4. João Luiz da Silva, o Gago.
Com informações do G1 e Carta Capital.