Apesar de Jair Bolsonaro (PL), as eleições no Brasil vão acontecer. E o país deve reduzir ‘dramaticamente’ a destruição do meio ambiente. É o que afirma a indica para ser a nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley.
Durante sabatina no Senado norte-americano, nesta quarta-feira (18), Bagley destacou as sólidas instituições democráticas do Brasil e a sua própria experiência monitorando eleições.
“O presidente Jair Bolsonaro tem dito muitas coisas, mas o Brasil tem sido uma democracia, tem instituições democráticas, Judiciário e Legislativo independentes, liberdade de expressão. Eles têm todas as instituições democráticas para realizar eleições livre e justas”, disse Bagley ao ser questionada.
A indicada do presidente Joe Biden para a embaixada norte-americana em terras brasileiras cita seus 30 anos de experiência em monitoramento de eleições.
“Ao longo de 30 anos, tenho monitorado muitas eleições. E eu sei que não será um momento fácil, muito em razão dos comentários de Bolsonaro. Mas, apesar desses comentários, há uma base institucional. O que continuaremos a fazer é mostrar nossa confiança e nossa expectativa de que eles terão eleições livres e justas”, afirmou.
Prioridade é o meio ambiente
Durante sua fala aos senadores dos EUA, Bagley disse que pretende atuar na questão ambiental brasileira.
“Uma das minhas maiores prioridades será encorajar esforços para aumentar a ambição climática e reduzir dramaticamente o desmatamento, proteger os defensores da floresta e processar os crimes ambientais e atos de violência correlatos”, disse.
A diplomata tem 69 anos e já foi embaixadora em Portugal. Ela também foi assessora-sênior de três secretários de Estado. De John Kerry e Hillary Clinton, no governo de Barack Obama, e Madeleine Albright, na gestão de Bill Clinton. Bagley também foi representante especial para a Assembleia-Geral das Nações Unidas e Parcerias Globais. É ainda dona de uma empresa de celulares e comunicação.
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Embaixador ficou sem lugar
A embaixada dos Estados Unidos é chefiada interinamente por Douglas Koneff desde 2021, quando o então embaixador Todd Chapman anunciou sua aposentadoria.
Foi durante o tempo em que Chapman comandou a representação diplomática que Jair Bolsonaro e cia se aproximou do ex-presidente Donald Trump.
Sem condições de representar o governo Biden no Brasil, acabou se aposentando.
Biden e Bolsonaro, aliás, até hoje não conversaram nem se reuniram. Além disso, o atual ocupante do Palácio do Planalto não quer participar da Cúpula das Américas, que acontece em junho nos EUA.
Disputa com a China no Brasil
Bagley também foi questionada sobre as influências da China e da Rússia no Brasil, inclusive o que diz respeito à tecnologia 5G, especialmente, por conta do monopólio da chinese Huawei no fornecimento dessa tecnologia.
Ela afirmou que os EUA estão encorajando o Brasil a terem múltiplos fornecedores.”
“Eles são parte do Brics [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], um grupo do qual não é fácil fazer parte neste momento, e foram o único país a apoiar os EUA nas posições sobre Rússia e Ucrânia. Mas continuarei a pressioná-los”, adiantou.
Com informações do Opera Mundi e Folha