Após lobby do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, a empresa norte-americana SIG Sauer recebeu autorização do Exército para fabricar suas pistolas em versão nacional na Imbel, estatal de armas ligada à Força. A decisão foi publicada nesta quinta (17) no Diário Oficial da União (DOU).
Segundo o decreto do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, a empresa teve o plano de nacionalização de pistolas de calibre 9mm P320, em três modelos e suas variantes, aprovado.
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A negociação teve apoio de Eduardo, o ‘garoto propaganda’ da SIG que nunca escondeu sua pressão para abrir o mercado nacional e quebrar o monopólio da brasileira CBC/Taurus, uma das líderes mundiais de fabricação de armas leves. Ele vinha promovendo a marca tanto na internet, com vídeos e postagens em redes sociais, como recebendo representantes da empresa.
Ainda não há um detalhamento de custos da operação. A Indústria de Materiais Bélicos do Brasil (Imbel) é uma empresa pública ligada ao Comando do Exército, dependente de verbas federais -consumiu R$ 152,2 milhões em 2019.
Como era de se esperar, Eduardo celebrou o acordo na internet. Em postagem no Facebook, já adiantou que “há expectativa” de produção não só das pistolas, mas também de fuzis e submetralhadoras, embora não esteja no decreto de Pujol.
Desde antes da campanha eleitoral de 2018, a família Bolsonaro tem uma briga aberta com a Taurus. Enquanto deputado, o hoje presidente também dizia que iria “quebrar o monopólio” da empresa.
Tal domínio decorre muito da legislação brasileira, que como em todos os países com indústria bélica favorece produtores nacionais como forma de fomentar o desenvolvimento do setor.
Com informações da Folha de S. Paulo