
Reportagem da Folha de S. Paulo conta que a chegada do deputado Fábio Faria (PSD-RN) ao recriado Ministério das Comunicações abriu mais uma crise interna no governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
O motivo: a disputa pela primazia na articulação do Planalto no Congresso Nacional, nominalmente a cargo do general Luiz Eduardo líamos (Secretaria de Governo).
Faria é cria do Congresso. Aos 42 anos, tem mandato desde 2007 e circula bem pelo centrão, tão caro a Bolsonaro em tempo de ameaças difusas de impeachment. Assim, não foi surpresa que fosse ele, e não Ramos, o convidado a integrar a Mesa do Congresso na sessão solene que promulgou, na manhã desta quinta (2), o adiamento das eleições municipais deste ano devido à pandemia.
Ele estava ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso.
Ramos nunca teve interlocução próxima com a dupla que comanda o Parlamento, que elegeu Faria como interlocutor preferencial -Alcolumbre é até visto como mais próximo do presidente, mas Maia está no que os bolsonaristas chamam de campo inimigo.
Só que tal desenvoltura tem incomodado pessoas no governo. O próprio presidente já disse a interlocutores que Faria, apelidado na Esplanada de “o genro”, por ter o empresário Silvio Santos como sogro, tem gosto por holofotes.