Há muito tempo a atuação da Polícia Federal (PF) incomoda Jair Bolsonaro pelos inquéritos que a corporação acumula sobre familiares e aliados do presidente. Desta vez, o filho zero dois do presidente Jair Bolsonaro seria o pivô da crise que eclodiu na quinta-feira (23) e provocou, nesta sexta (24), o pedido de demissão do ministro da Justiça, Sérgio Moro e a demissão, pelo presidente, do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.
Segundo a Folha, os inquéritos da PF apuram um suposto esquema de fake news para atacar autoridades, entre elas estão adversários do presidente, e atos pró -golpe militar promovidas por grupos bolsonaristas – no domingo (19), o presidente foi a um deles.
No pronunciamento de anúncio da demissão, Moro confirmou o incômodo de Bolsonaro em relação à relatoria dos dois casos que estão nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e devem ser tocados pela mesma equipe de policiais.
Tanto na apuração própria do STF sobre fake News, como análises da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre o caso no Congresso, sugerem a ligação dos filhos de Bolsonaro, entre eles o vereador Carlos (Republicanos- RJ) e o deputado Eduardo (PSL-SP), com o chamado gabinete do ódio, supostamente mantido Planalto para atacar desafetos.
Já a investigação sobre os atos antidemocráticos, proibidos pela Constituição e a Lei de Segurança Nacional, foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Partindo da “rachadinha” protagonizada por Flávio Bolsonaro, no caso Fabrício Queiroz, até o esquema de candidaturas laranjas atribuídas ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), entre outras intervenções, o presidente Bolsonaro tem tentado mudar o comando da Polícia Federal desde que assumiu o cargo.
Outros exemplos dessas tentativas também ocorrem em relação à investigação dos acusados de assassinar Marielle Franco e ainda o anúncio, feito por Bolsonaro em agosto de 2019, da troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, alegando questões de gestão e produtividade.
Ao anunciar sua demissão nesta quinta, Moro revelou que Bolsonaro pediu acesso aos relatórios de inteligência da PF.
Com informações do Correio Braziliense e site Consultor Jurídico.