
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), se reuniu com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), para tratar da situação do aeroporto internacional do Galeão. A ministra do Turismo, Daniela do Waguinho, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, também participaram das discussões.
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De campos ideológicos distintos, ambos são do Rio de Janeiro e apoiaram Lula (PT) nas eleições deste ano.
França disse na quinta-feira, em Brasília, que o governo avalia possíveis soluções para o Galeão e que pode “retomar” o controle do aeroporto fluminense para evitar “um caos”. Ele afirmou que quer o aeroporto funcionando em sua “plenitude” até o Carnaval.
O ministro disse ainda que vai buscar com Paes uma solução “ortodoxa” — ou seja, uma nova concessionária para o aeroporto. A atual concessionária, a RioGaleão, pediu em fevereiro de 2022 a devolução amigável do terminal para a União. No governo Bolsonaro, a previsão era de que o Galeão e o Santos Dumont, no centro do Rio, fossem a leilão de forma conjunta entre o fim deste ano e o início de 2024.
Até lá, a RioGaleão, controlada pela Changi, empresa de Cingapura, seguirá administrando o aeroporto. Na quarta-feira, um incêndio atingiu um depósito no terminal de cargas do Galeão. O galpão abrigava materiais diversos, como pallets de madeira, empilhadeiras e aeronaves. Dois helicópteros foram danificados pelo fogo.
Planos de França são otimistas e podem gerar “muitos empregos”
Márcio França também declarou que o Ministério deve divulgar nos próximos dias um plano de ação com potencial de gerar rapidamente “muitos empregos“. França, contudo, não antecipou detalhes da medida, mas deu a entender que ela deve envolver a Petrobras e a indústria naval brasileira.
“Nós vamos brevemente anunciar medidas importantes que podem gerar muitos empregos e ser rápido. Essa é uma atividade que certamente pode ser feita com muita rapidez e nós já temos boa parte montada no Brasil”, disse o ministro.
Segundo França, as conversas sobre a medida têm incluído o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), “E a gente tem conversado bastante com o vice-presidente Alckmin, porque a gente precisa muito voltar com a questão naval, da indústria naval”, disse o ministro.
França ainda sinalizou uma possível volta da política da Petrobras em adquirir embarcações e plataformas nacionalizadas. “Lembre-se que antigamente, quando a Petrobras começou com a lógica, como o presidente Lula falou ontem, sobre a questão da volta daquele percentual mínimo da indústria naval brasileira, ele mencionou que custou bastante porque a gente tinha que instalar as indústrias. Hoje, muitas dessas indústrias, como o caso do Rio Grande do Sul, já estão instaladas, se der o comando, rapidamente nós teremos muitos empregos gerados”, apontou o ministro.
“Eu tenho a impressão de que é possível fazer alterações rápidas que possam promover, especialmente a questão da indústria naval, vários dos equipamentos ficaram paralisados no Brasil”, disse.