
Empresa brasileiro que trabalha com a inclusão de surdos recebe financiamento do Google e deve ser lançado nos próximos anos. O publicitário Ronaldo Tenório, fundador e CEO da Hand Talk, empresa que desenvolve um tradutor de Libras e promove acesso à rede para milhares de surdos, deu inicio ao empreendimento ainda na faculdade.
Em 2008, ele teve uma ideia durante um trabalho da faculdade: criar um produto para ajudar a sociedade. Assim, ele começou a elaborar uma ferramenta para ajudar os portadores de deficiência auditiva. Anos depois, a iniciativa deu certo.
Funciona assim: a plataforma oferece tradutores digitais para Libras (língua brasileira de sinais) e ASL, a língua estadunidense de sinais em smartphones e computadores. Em agosto, a Hand Talk apresentou um terceiro conceito: o Hand Talk Motion, para traduzir Libras ou ASL para ouvintes, apenas apontando a tela do celular.
Aplicativo e botão acessível
Por enquanto, a empresa possui dois serviços. Em um aplicativo chamado Hand Talk para smartphones é possível escrever, falar ou acessar um dicionário de palavras e ter o conteúdo traduzido por um assistente virtual. Assim, quem escuta pode se comunicar com um surdo, apenas com a tela do celular. Mais de 4,5 milhões já instalaram o aplicativo.
Outra criação da empresa é um botão para sites e lojas virtuais. Ao acessá-las, o surdo pode clicar, selecionar um trecho e ter o texto traduzido para Libras ou ASL. Como no aplicativo, um assistente virtual aparecerá no canto da tela para sinalizar na língua de sinal escolhida. O recurso está presente em grandes plataformas de vendas, como Magazine Luiza, Claro, Samsung e em mais de 600 sites. O app e o botão são gratuitos para surdos e intérpretes.
Os intérpretes digitais são chamados Hugo e Maya. São eles que sinalizam em línguas de sinais. “Eles têm as mãos grandes e são bem expressivos para interpretar com eficácia as línguas”, diz.
Brasil tem 2 milhões de surdos
A empresa, hoje com 70 pessoas, foi escolhida para um financiamento do Google no Vale do Silício para desenvolver a nova tecnologia Hand Talk Motion. Como em um filme de Hollywood, o aplicativo capta os movimentos de línguas de sinais e traduz em texto e som
para ouvintes. Ou seja, faz o caminho contrário do tradutor
A Língua Brasileira de Sinais é o idioma para milhares de surdos no país e muitos a têm como o primeiro idioma, sem serem alfabetizados em português. “Por falta de acessibilidade, elas se sentem estrangeiras no próprio país”, diz o CEO.
De acordo com IBGE, 9 milhões de brasileiros têm algum grau de surdez. Cerca de 2 milhões não escutam sons. Os dados são do último Censo, de 2010, e podem ser muito maiores. A Lei 13,146, de 2015, obriga que sites hospedados no Brasil sejam acessíveis para pessoas com deficiência.
Apesar disso, não há penalidades claras para páginas virtuais sem acessibilidade. Por isso, as organizações em prol de pessoas com deficiência precisaram convencer o mercado. “O mercado foi se educando para entender que acessibilidade não é filantropia,
é uma porta de entrada e de respeito com consumidores”, diz.
A empresa também criou o Hand Talk Community, uma plataforma aberta para a coleta de dados que poderá ampliar o número de línguas traduzidas por Hugo e Maya. O intérprete fluente em língua de sinais pode ser voluntário na página da plataforma.
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Autorreforma e a inclusão
Segundo as teses da Autorreforma proposta pelo PSB, o partido reafirma seu compromisso com uma educação pública,
universal e de qualidade, com acesso às novas tecnologias, que garanta a inclusão dos segmentos menos favorecidos, notadamente a população negra e periférica, no mercado de trabalho e nos processos produtivos da economia do conhecimento, para não precisarem continuar – como o fazem na atualidade -, a recorrer a subempregos para sobreviver cotidianamente.
“É necessário promover a inclusão política das mulheres, negros, jovens, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, indígenas e outros grupos subrepresentados no Sistema Eleitoral, aperfeiçoando a política de cotas.”
Autorreforma PSB
Com informações Ecoa Uol