
Após as negociações frustradas para um cessar-fogo desta segunda-feira (28), a Rússia intensificou os ataques à Ucrânia. Um comboio de quase 30 quilômetros das forças terrestres do exército russo estão a, também, 30 quilômetros de distância da capital Kiev.
É o que mostram imagens de satélite, que verificou que as tropas estão nas proximidades do aeroporto de Hostomel.
São centenas de blindados e tanques se movendo em direção a Kiev, relata a empresa Maxar Technologies, que produziu as imagens, de acordo com o g1.
Já são ao menos 352 pessoas mortas, entre 16 crianças, de acordo com o governo ucraniano.
O Ministério da Saúde informou ainda que 2.040 civis ficaram feridos em ataques da Rússia ao país. Desse total, 45 são crianças. O boletim não especifica se as mortes são referentes civis ou militares.
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Finlândia enviará tropas para a Ucrânia
Em uma decisão que quebra a tradição de neutralidade histórica, a Finlândia anunciou que vai enviar armas para a Ucrânia.
“O presidente da República decidiu, por proposta do Governo, que a Finlândia também prestará assistência armada à Ucrânia. A decisão é histórica da Finlândia. Todas as decisões foram unânimes”, disse primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, em pronunciamento.
A atitude da Finlândia em armar a Ucrânia vem após a Alemanha tomar decisão no mesmo sentido. No sábado (26), o chanceler alemão Olaf Scholz anunciou que os militares ucranianos receberão mil armas antitanque e 500 mísseis alemães. “Os ataques russos marcam um ponto de virada. É nosso dever fazer o nosso melhor para ajudar a Ucrânia a se defender contra o exército invasor de Putin”, afirmou.
O governo da Holanda já havia anunciado a doação de 200 foguetes de defesa aérea para a Ucrânia. Os Estados Unidos também resolveram agir para além das sanções econômicas: doaram US$ 350 milhões em assistência militar.
Rússia ameaçou Finlândia
A mudança de postura da Finlândia, ao enviar armas para a Ucrânia, vem ainda na esteira da ameaça que a Rússia fez diante da possibilidade do país nórdico aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“A Finlândia e a Suécia não devem usar política de segurança prejudicando a segurança de outros países. Claramente a adesão da Finlândia e da Suécia à Otan, que é antes de tudo uma aliança militar, teria sérias repercussões político-militares que exigiriam uma resposta de nosso país”, disse Maria Zakharova, da chancelaria russa, em entrevista coletiva em Moscou na última sexta-feira (25).
Através das redes sociais, a primeira-ministra finlandesa Sanna Marin informou que o parlamento de seu país discutirá a situação da Ucrânia nesta terça-feira (1) e que a adesão ou não da Finlândia à Otan está entre os assuntos a serem abordados.
Crimes de guerra contra Ucrânia
A Anistia Internacional acusou a Rússia de lançar bombas de fragmentação na Ucrânia e quer que o país seja investigado por ‘crime de guerra’.
Uma escola em Okhtyrka, no nordeste da Ucrânia, sofreu o impacto destas bombas, de acordo com a entidade. Esses artefatos foram proibidos, em 2010, por uma convenção que nem Rússia nem Ucrânia assinaram.
Três pessoas, entre elas uma criança, teriam morrido na explosão, disse a Anistia, em um comunicado divulgado no domingo (27), de acordo com a France Presse.
“O ataque parece ter sido lançado pelo Exército russo, que operava nas proximidades e que costuma usar bombas de fragmentação em zonas habitadas”, afirmou a organização não governamental.
Com Ivan Longo, da Fórum e informações do Uol