Novo estudo global da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que o uso da hidroxicloroquina é ineficaz para o tratamento da Covid-19. O chamado ‘Solidarity Therapeutics Trial’ foi conduzido em 405 hospitais de 30 países, com 11.330 pacientes.
Além da cloroquina, o estudo concluiu que os medicamentos Interferon, Remdesivir e Lopinavir têm “pouco ou nenhum efeito” em pessoas hospitalizadas por Covid-19, como indicado pela taxa total de mortalidade, pela necessidade de respiradores ou pelo período de internação.
O remdesivir, que foi criado para dar uma resposta à crise do ebola, teria sido tomado pelo presidente Donald Trump. Já a hidroxicloroquina foi promovida por Jair Bolsonaro.
“Para cada medicamento do estudo, o efeito sobre a mortalidade foi decepcionantemente pouco promissor”, disse a OMS em uma declaração. O estudo conduzido pela organização vinculada à ONU é considerado “padrão ouro” e contém metodologia considerada rígida na coleta de dados.
Em julho, um estudo brasileiro, também “padrão ouro”, já tinha revelado que tanto a hidroxicloroquina quanto a azitromicina não traziam efeitos positivos ao tratamento. Por esse motivo, diferente do Brasil, diversos países já tinha abandonado o seu uso ao longo dos meses.
Já o remdesivir ainda era considerado como uma esperança e contava com uma autorização das autoridades nos EUA para seu uso emergencial. A Gilead Sciences, o fabricante pelo medicamento, emitiu uma nota questionando os resultados da OMS.
“Estamos preocupados que os dados deste ensaio global de rótulo aberto não tenham sido submetidos à revisão rigorosa exigida para permitir uma discussão científica construtiva”, disse a Gilead.
Com informações do UOL