
Nesta terça-feira (5), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que as negociações para trazer 2 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 estão “avançadas” e que a importação deve ser feita ao custo de US$ 5,25 a unidade (ou R$ 27,9 cada). Com isso, a previsão é que a medida tenha gasto, ao menos, R$ 55,5 milhões ao governo, segundo a atual cotação do dólar. A fundação não informou se há outros custos incluídos no processo.
Hoje, a importação das 2 milhões de doses já prontas é tida como a principal aposta do Ministério da Saúde para iniciar a vacinação no país. As doses devem ser entregues pelo Serum Institute, um dos centros de produção da AstraZeneca, que fica na Índia.
Mais cedo, os ministérios das Relações Exteriores e da Saúde divulgaram nota em que afirmam que não há proibição oficial do governo da Índia para exportação das vacinas e que a previsão é que as doses sejam entregues em meados deste mês.
Sem restrição
O posicionamento ocorreu após o CEO do Serum Institute, Adar Poonawalla, afirmar, no domingo (3), que a Índia havia proibido a exportação de vacinas para priorizar o mercado interno. Ele recuou dois dias depois.
Atualmente, o ministério vem divulgando que pretende começar a vacinação na melhor das hipóteses em 20 de janeiro e na pior, em 10 de fevereiro. Ainda não há, porém, uma previsão exata da data de entrega das vacinas.
A aplicação também depende de um novo aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em nota, a Fiocruz informa que pretende entrar com pedido de aso emergencial ainda nesta semana.
“A Fiocruz aguarda o recebimento de informações da AstraZeneca e do Instituto Serum relativas à produção e ao controle de qualidade da vacina para submeter formalmente o pedido”, informou.
Acordo
Em junho, a instituição firmou acordo com a AstraZeneca e Universidade de Oxford, que desenvolvem a vacina, para obter 100,4 milhões de doses de produção nacional, ao custo de US$ 3,16 a dose. O governo editou uma medida provisória para custear o acordo, de R$ 1,9 bilhão. Segundo a Fiocruz, a importação das doses já prontas será adicional a esse acordo.
A previsão de oferta das doses foi um tema da reunião do ministro Eduardo Pazuello com o presidente Jair Bolsonaro nesta terça (5).
Com informações da Folha de S. Paulo