Um amigo do indigenista Bruno Pereira, desaparecido desde domingo (5) com o jornalista britânico Dom Phillips, afirmou que Amarildo da Costa Oliveira, preso como suspeito, fez ameaças um dia antes do sumiço, perto da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas.
O amigo do indigenista, que não quis se identificar, afirmou à Rede Amazônia que por volta as 6h30 de sábado (3), relatou que as ameaças ocorreram por volta das 6h30 da manhã de sábado (3). De acordo com ele, uma equipe que Bruno integrava abordou Amarildo e outros dois homens próximo a uma área indígena.
“Os dois [que acompanhavam Amarildo] levantam a arma para cima, não apontando, mas sim mostrando a arma, dizendo que ali eles estavam presente, tentando nos intimidar. O ‘Pelado’ estava com uma cartucheira em sua cintura, com praticamente 30 cartuchos de calibre 16. Nesse momento, o Bruno levanta e dá um bom dia”, relata o homem que disse que irá depor à polícia nos próximos dias.
Bruno teria tirado fotos da região e Amarildo não gostou.
Parece que ele [o Amarildo] não gostou mesmo. Aí nós viramos de costas, e escutamos um tiro. Eu falei ‘Bruno, é tiro’. E ele respondeu ‘é, manda ele atirar de novo'”, comentou.
De acordo com essa pessoa, Amarildo teria atirado contra eles em janeiro.
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Família acusa autoridades de tortura
A família de Amarildo diz que ele é inocente e que foi torturado porque as autoridades querem força-lo a confessar.
“Ele (Amarildo) me disse que estava em casa quando o algemaram, então eles o colocaram em um barco e começaram a Atalaia do Norte. Quando eles chegaram ao córrego do Curupira, eles trocaram de barco. Eles então bateram nele, torturaram ele, afogaram ele, pisaram na perna dele e jogaram spray de pimenta na cara dele. Eles também o drogaram duas vezes, mas não sei o que usaram”, afirmou a Associeted Press o irmão de Amarildo, Oseni.
A procura pelos dois teve início no próprio domingo por integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Como não conseguiram localizá-los, alertaram as autoridades sobre o sumiço na segunda-feira.
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari começou as buscas ainda no dia do desaparecimento. Sem sucesso, alertaram as autoridades na segunda-feira (6).
Cerca de 250 membros do Exército, Marinha, Polícia Federal e Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. O número é considerado baixo e o governo de Jair Bolsonaro (PL) tem sido cobrado dentro e fora do Brasil a intensificar as buscas pelos desaparecidos.
Indícios
Nesta sexta-feira (10), a Polícia Federal do Amazonas afirmou ter localizado no Rio Itaquaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte, “material orgânico aparentemente humano”, encaminhado para perícia no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.
O material também será comparado com as manchas de sangue encontradas no barco de Amarildo, na quinta-feira (9).
Com informações do g1