
Por Julinho Bittencourt
A avaliação negativa da gestão do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) voltou a subir e é considerada ruim ou péssima para 53% dos brasileiros, de acordo com dados da pesquisa Exame/Ideia divulgados nesta sexta-feira (22).
Já a avaliação positiva voltou a cair. Quem considera o trabalho do presidente ótimo ou bom são 23%, e regular, 21%. O auge da desaprovação de Bolsonaro foi registrado em julho, quando 57% avaliaram o governo negativamente.
A desaprovação de Bolsonaro é maior entre as mulheres. Entre elas, 60% não aprovam a sua gestão, enquanto entre os homens o índice fica em 46%.
De acordo com Maurício Moura, fundador do Ideia, o ruim e péssimo acima de 50% é muito perigoso, porque essa parcela é de difícil desconversão. “A aprovação de Jair Bolsonaro, apesar de bem resiliente na casa de 25%, no histórico é muito inferior aos pares dele que conseguiram a reeleição no Brasil pós-redemocratização – Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Bolsonaro tem duas variáveis bastante preocupantes para uma possível reeleição: forte rejeição refletida na avaliação ruim, e baixa aprovação”, completou.
Um dos grandes motivos para a desaprovação do governo, de acordo com o instituto, é a inflação. De acordo com 79% dos entrevistados, a inflação ou o aumento de preços em 2021 tem sido um grande problema para o seu dia a dia.
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A descrença com as ações do governo em relação ao assunto é um outro problema para Bolsonaro: 61% dos entrevistados consideram que os preços devem continuar aumentando nos próximos seis meses.
Moura diz ainda que “chama bastante a atenção o número (68%) dos que mudaram os hábitos de alimentação em razão da inflação”, ressalta. “Obviamente que isso tem um impacto muito grande no dia a dia das pessoas, estamos falando de mais de dois terços dos brasileiros comendo de alguma maneira diferente, obviamente piorando sua alimentação em razão do aumento de preços”, alerta.
Para ele, “quem trabalha com a inflação sabe que ela é essencialmente expectativa, e 61% acham que os preços vão continuar aumentando nos próximos seis meses, ou seja, vamos continuar convivendo com um cenário bastante preocupante para o Brasil” , diz.
A pesquisa Exame/Ideia ouviu 1.295 pessoas entre os dias 18 a 21 de outubro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A sondagem é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ler o relatório completo.