
O deputado socialista Alessandro Molon (PSB-RJ) foi um dos primeiros parlamentares a se solidarizarem com Felipe Neto, após o influenciador anunciar, no fim desta segunda-feira (15), que foi intimado a depor por chamar de ‘genocida’ o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A denúncia contra o YouTuber partiu do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho 02 do presidente. Felipe responderá por “crime à segurança nacional”.
“Carlos Bolsonaro foi no mesmo delegado que me indiciou por ‘corrupção de menores. Sim, é isso mesmo. A clara tentativa de silenciamento se dá pela intimidação. Eles querem que eu tenha medo, que eu tema o poder dos governantes. Já disse e repito: um governo deve temer seu povo, NUNCA o contrário. Carlos Bolsonaro, vc não me assusta com seu autoritarismo. Não vai me calar”, disse Neto nas redes sociais.
Pelo Twitter, Molon chamou de ‘absurda’ a intimação. “Absurdo! Minha solidariedade, Felipe Neto”, escreveu o parlamentar.
O assunto logo tomou as redes e virou assunto entre políticos e opositores do governo bolsonarista. Além de Molon, o deputado federal licenciado Márcio Jerry (PCdoB-MA), o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP), o candidato à prefeitura de São Paulo em 2020, Guilherme Boulos (PSOL) e outra lista de deputados usaram as redes sociais para declarar apoio ao influenciador.
“Inaceitável. Violência política. Indignante. Total solidariedade. E Jair Bolsonaro é sim um GENOCIDA”, disse Jerry, nas redes sociais.
“Absurdo! Força, Felipe Neto! Conta com a gente. Abração”, escreveu Boulos, em resposta ao post.
“O Felipe Neto foi intimado por chamar Bolsonaro de genocida. Viu? Não pode chamar o genocida de genocida. Repassem que o genocida não quer ser chamado de genocida. BOLSONARO GENOCIDA!”, ironizou Padilha.
“Todo dia milhares de brasileiros chamam o genocida de genocida, porque você seria perseguido por isso? A propósito, Bolsonaro, você é um genocida”, declarou D’Angelo.
A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) também deixou seu recado. “Um absurdo! Medida autoritária para tentar calar vozes que defendem a verdade, a ciência e a democracia. A nossa solidariedade, Felipe, e conte conosco para tomar medidas contra a censura e mais essa tentativa de intimidação”, declarou.
“Novamente Bolsonaro responde a críticas legítimas jogando a máquina repressora do Estado contra um brasileiro que não falou nada além da verdade. Sim, é genocida um governo que se omite e desdenha da morte de + de 270 mil pessoas! Solidariedade a Felipe Neto! #BolsonaroGenocida“, escreveu a deputada federal Marília Arraes (PT-PE).
A escritora Marcia Tiburi chamou atenção para um detalhe importante do processo. “Detalhe importante, esse episódio envolvendo você serve para desviar a atenção da corrupção envolvendo o desvio de dinheiro dos funcionários dos gabinetes do Bolsonaro e filhos. Além do escândalo da médica que chamou o presidente de psicopata”.
A cineasta Petra Costa foi direta no questionamento: “A ditadura já começou então?”.
As críticas à família Bolsonaro vieram até mesmo de ex-aliados do presidente. “Posso discordar até a alma do Felipe Neto, mas NADA justifica usar a polícia para intimidar um sujeito que está simplesmente exercendo o direito de criticar o presidente. Isso é coisa de regime autoritário. É GENOCIDA, SIM. Pode me prender, mantenho a palavra”, escreveu Kim Kataguiri (DEM-SP).