O Movimento Brasil Livre (MBL), uma think tank de direita que ganhou notoriedade no auge do antipetismo que culminou com o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, emitiu um comunicado em suas redes sociais afirmando que fará uma live na segunda-feira (14) para anunciar quem são os jornalistas e veículos que imprensa que serão processados por terem acusado o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) de “ser nazista”, após o episódio ocorrido no “Flow Podcast” em que o apresentador Monark disse que “o Brasil deveria ter um partido nazista permitido por lei”, momento em que o parlamentar afirmou que “a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo”.
O caso provocou uma avalanche crítica aos dois envolvidos, com mais peso sobre o apresentador do programa. No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou no dia seguinte ao caso que abriria uma investigação contra o deputado, que tem foro privilegiado, para averiguar o cometimento do crime de apologia ao nazismo.
A determinação para que Kataguiri seja investigado pelo suposto delito foi dada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, que será assessorado por especialistas criminais da PGR. Uma semana antes, Aras havia dito em seu discurso na abertura do ano legislativo no Congresso que “todo discurso de ódio deve ser rejeitado com a deflagração permanente de campanhas de respeito a diversidade como fazemos no Ministério Público brasileiro para que a tolerância gere paz e afaste a violência do cotidiano”.
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Bruno Aiub, o Monark, também será investigado pela PGR, ainda que outras instâncias do Ministério Público também o estejam fazendo. No caso de Kataguiri, por ser deputado federal e ter foro privilegiado (apenas o Supremo Tribunal Federal pode julgá-lo), a ação de investigá-lo só pode ser realizada por Aras.
Por Henrique Rodrigues, da Fórum