Após envolver o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no escândalo de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin, Luis Ricardo Miranda disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que não tem mais conversas que comprovariam que sofreu pressão para autorizar compra do imunizante do laboratório Bharat Biotech.
O servidor do Ministério da Saúde é irmão do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e denunciou irregularidades na negociação da vacina. Ambos afirmam terem levado o caso diretamente a Bolsonaro.
O servidor, que comandava o setor de importação do Departamento de Logística do ministério afirmou à CPI da Pandemia no Senado que sofreu pressão “atípica” para aprovar o contrato que envolvia a Precisa Medicamentos e a Bharat Biotech. As denúncias também foram levadas ao Ministério Público. As informações são da colunista Bela Megale, de O Globo.
Luis Ricardo disse à PF que trocou de celular em março. Por isso, Miranda não teria mais as mensagens que mostrariam as pressões sofridas por ele. O servidor afirmou em depoimento que não guardou o backup e tem apenas prints que foram enviado ao irmão.
Miranda diz ter acreditado que prints eram suficientes
“Perguntaram na PF se ele tinha o backup das conversas e meu irmão informou que não tinha. Ele troca de aparelho há anos e nunca fez esse procedimento. Ele já tinha feito os prints das conversas e enviou todo material para mim. Se a PF me pedir, entrego tudo. A CPI já tem tudo. Eles também podem periciar o celular do Roberto Dias e comprovar que o que meu irmão diz é a verdade. Eu tenho tudo guardado. Meu irmão, por ser funcionário público, não tem essa visão. Para ele, os prints já eram suficientes”, afirmou o deputado.
Questionado quando o servidor mudou de aparelho, Luís Miranda afirmou que acredita que foi no mês de abril. O parlamentar também levantou suspeitas sobre como a PF vem conduzindo a investigação do caso Covaxin e disse que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para entender a dinâmica do inquérito.
“Meu irmão saiu da PF sem cópia de seu depoimento, com o argumento de que era sigiloso. Agora, vemos algumas informações surgirem e com questionamentos dúbios. Não temos problemas com a publicidade dos fatos, tudo que ele falou aos policiais falou na CPI”, disse o parlamentar.
O depoimento do deputado Luís Miranda à PF acontecerá nas próximas semanas.
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Com informações da Revista Fórum e O Globo