Segundo a Fundação Thomson Reuters, 30% dos LGBTs entrevistados em pesquisa afirmaram que não se sentem seguros em casa durante o isolamento

Em comunicado divulgado em abril, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o isolamento social causado pela pandemia de coronavírus “está exacerbando as dificuldades da população LGBT” porque essa minoria “muitas vezes encontra discriminação e estigmatização ao buscar serviços de saúde e é mais vulnerável à violência e outras violações dos direitos humanos” .
Uma pesquisa internacional realizada com 3,5 mil homens gays, bissexuais e transexuais pelo aplicativo de relacionamentos Hornet confirma a percepção da ONU. Segundo noticiado pela Fundação Thomson Reuters, na terça-feira (12), 30% dos entrevistados responderam que não se sentem seguros em casa durante o isolamento.
Entrevistada pela Agência Brasil, a vice-presidente do Grupo Arco-Íris, Marcelle Esteves, destaca, entretanto, que a violência é ainda mais severa contra a população transexual, que tem sua identidade negada por familiares.
“Tenho jovens em atendimento que preferem ir para a rua e correr o risco de se contaminar, porque não estão suportando ficar nas suas casas”
Mesmo que a LGBTfobia já tenha sido declarada crime pelo Supremo Tribunal Federal (STF), muitas vítimas relatam dificuldades em denunciar familiares próximos, como pais e mães, e se veem sem ter onde buscar abrigo após uma denúncia.
Dia Internacional do Combate à LGBTfobia
Neste domingo (17) é comemorado o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, data escolhida após a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990 de desclassificar a homossexualidade como um distúrbio mental da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), uma das primeiras grandes conquistas da comunidade e do ativismo LGBT.