Candidatos de Jair Bolsonaro (sem partido) adiantaram nesta quinta-feira (29) como será o possível comando da Câmara e do Senado, caso vençam a disputa para as presidências da Câmara e do Senado. oArthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) acenaram que deverão barrar comissões parlamentares de inquérito (CPIs) com potencial de afetar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos.
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De acordo com informações do Estado de S. Paulo, a CPI das Fake News, que visa investigar o “gabinete do ódio” e, consequentemente, os filhos de Bolsonaro, e a CPI da Saúde, proposta pela oposição ao governo federal, encontrarão dificuldades caso os candidatos apoiados por Bolsonaro vençam.
O candidato do governo à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tem dito que vai condicionar a CPI das Fake News “à posição da maioria dos colegas”. Sobre a CPI da Saúde, ele se posicionou contra:
“Esse assunto não pode ser motivo de embates políticos para trazermos para a discussão traumas, interrupções bruscas democráticas”.
Por sua vez, Baleia Rossi (MDB-SP), que recebe apoio do PSB e outros 10 partidos, atualmente principal adversário de Arthur Lira, se disse a favor da continuidade das CPIs. Parlamentares e dirigentes de PSB, PT, PDT e PCdoB cobraram seu comprometimento.
“Tal compromisso demonstra que nossa prioridade é a defesa de nosso povo, de nossa democracia e de nossa Constituição, contra as práticas autoritárias e desestruturantes da República brasileira empreendidas pelo governo Bolsonaro, superando nossas divergências partidárias e ideológicas”, dizem PT, PSB, PDT e PCdoB.
Relatora da CPI das Fake News, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) também reforçou que a oposição está preparada para defender a continuidade das investigações. “Há muito tempo que essa CPI está no radar do governo. Aliás, ela já se instalou sem apoio do governo. É claro que eu tenho a expectativa de que eles tentem mais uma vez atacá-la. Nós vamos defender”, declarou.
No Senado, o candidato Rodrigo Pacheco não quis se manifestar sobre o assunto. Porém, de acordo com apuração do Estadão, Pacheco é contra a abertura de CPIs. Já sua adversária, Simone Tebet (MDB-MS), segue a mesma linha de Rossi, em busca da “imparcialidade”.
Bolsonaro admite interferência
Após café da manhã com deputados do PSL, no Palácio da Alvorada, na última quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro disse que, “se Deus quiser”, vai “participar e influir na presidência da Câmara”.
O PSL é o partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, mas se desfiliou um ano e oito meses depois. Por ainda possuir bolsonaristas, a sigla está dividida entre Lira e Baleia Rossi (MDB-SP), avalizado por Maia.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo