
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), exonerou cerca de 500 funcionários comissionados na sexta-feira (5). O ‘passaralho’ foi para “arrumar a casa”, segundo Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara.
O texto do ato de exoneração diz que “ficam exonerados ocupantes de cargos em comissão de natureza especial do quadro de pessoal da Câmara”, ressalvados os da estrutura originária dos gabinetes de lideres dos partidos, os de estrutura originária das comissões permanentes, as gestantes e os que estiverem em férias.
De acordo com a assessoria da presidência da Câmara, “os cargos deveriam ter sido exonerados na gestão anterior. Ato regular e administrativo”. A Câmara dos Deputados tem 1.841 cargos de livre nomeação, segundo documento enviado ao jornal O Globo via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Leia mais: O cachorro comprou o dono
Os cargos em comissão vagos na Câmara com a exoneração em massa devem ser ocupados por indicações dos partidos aliados à Lira e a Jair Bolsonaro (sem partido). Ao Estadão, Lira disse que o “Ato da mesa normal em início de legislatura. O correto era que a Mesa anterior tivesse exonerado na saída os cargos de livre nomeação. Ato impessoal”, argumentou.
Lira no poder
Para chegar à presidência da Câmara, Arthur Lira promoveu um ‘toma-lá-dá-cá’ com ajuda do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Foram destinados mais de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares para comprar votos e ganhar apoio do centrão. No final, a estratégia rendeu uma eleição tranquila para Lira, que foi eleito no primeiro turno com mais de 300 votos.