O diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) no Brasil, Daniel Balaban, concedeu entrevista à BBC News Brasil após receber a notícia de que a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) havia ganhado o Nobel da Paz.
Segundo o economista, “luz amarela para fome no Brasil foi acesa” devido “à regressão das políticas sociais”. Balaban afirma que será preciso agir rápido para evitar que o país volte ao Mapa da Fome, quando mais de 5% da população enfrenta insegurança alimentar grave.
“Dá para reverter esse quadro se houver união nacional. A própria população brasileira solicitando e fazendo pressão em cima dos entes públicos. E o Nobel foi muito importante para isso, pois lança luz sobre um problema que afeta o mundo e estava um pouco esquecido”, diz.
Questionado sobre se, em sua visão, o governo de Jair Bolsonaro está comprometido em “reverter esse quadro”, Balaban evita opiniões sobre governos e defende “demonstrar a importância a todos os formuladores de políticas públicas de orientar recursos para as populações mais vulneráveis”.
A fome no Brasil
O relatório “O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo 2020″ (State of Food Security and Nutrition – SOFI), lançado em julho deste ano, afirma que 8,9% da população mundial, o equivalente a 690 milhões de pessoas, foi afetada pela fome em 2019.
No Brasil, uma pesquisa do IBGE aponta que entre os anos de 2017 e 2018, mais de 10 milhões de brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar grave. Foram analisados somente os moradores em domicílios permanentes, ou seja, estão excluídas do levantamento as pessoas em situação de rua, o que poderia aumentar ainda mais o rastro da fome pelo país.
Confira entrevista completa aqui.
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