Dois anos se passaram e nada se sabe sobre quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes, seu motorista.
No momento, os episódios têm envolvido discussões e divisão de responsabilidades entre o presidente Jair Bolsonaro, o governador Wilson Witzel (PSC) e membros do Ministério Público do Rio de Janeiro, registra a Folha de São Paulo.
Os embates ocorrem em torno da condução das investigações sobre um possível mandante do crime. A apuração, sob sigilo, ainda não apontou o mentor dos homicídios.
Entretanto, apenas duas pessoas foram acusadas, judicialmente, pela execução da vereadora carioca. O PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, presos em março de 2019, e que negam participação no crime.
Lessa é acusado de integrar o grupo de assassinos de aluguel, conhecido como Escritório do Crime. O grupo era comandado por Adriano da Nóbrega, morto pelo Bope da Bahia, no dia 9 de fevereiro. Nos últimos 20 anos, a trajetória de Nóbrega se cruzou com a de Flávio Bolsonaro algumas vezes, relembra o portal BBC Brasil.
O filho de Jair Bolsonaro já fez homenagens ao ex-policial militar e empregou em seu gabinete a mãe e a mulher dele, esta por mais de uma década.
O crime aconteceu em plena intervenção federal na segurança pública do Rio, sob coordenação operacional do Exército.
A vereadora voltava de uma roda de conversa com mulheres negras, no centro do Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018, e se dirigia a sua casa quando foi morta com quatro tiros na cabeça. O motorista foi atingido por três projéteis nas costas.
Também foram investigados sob suspeita de terem mandado matar Marielle: o vereador Marcelo Siciliano, o ex-vereador Cristiano Girão e o ex-deputado Domingos Brazão, conselheiro afastado do TCE (Tribunal de Contas do Estado). No entanto, todos negam envolvimento.
Ato dia 14
O PSol, partido de Marielle, realizaria em Brasília, no sábado próximo (14) ato alusivo aos dois anos do assassinato, com uma “inauguração popular” da praça Marielle Franco. Porém, o partido adiou a ação por conta do decreto do governador Ibaneis Rocha que suspende eventos e aglomerações como prevenção ao coronavírus.