A saída da deputada federal Marília Arraes do PT para se filiar ao Solidariedade (SD) e concorrer ao Governo de Pernambuco está cercada de polêmicas. Após seis anos no Partido dos Trabalhadores, ela anunciou a saída no último dia 25 de março, em Recife. Esse é o terceiro partido ao qual a parlamentar se filia, que começou a trajetória no Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Alegando que “cheguei ao meu limite em disputas internas” a deputada afirma que escolheu o Solidariedade por que este também apoia a candidatura do presidente Lula. Marília, no Solidariedade e estando atualmente à frente das pesquisas, pretende se constituir no segundo palanque para o presidente Lula em Pernambuco.
Dirigentes do PSB afirmam que a atitude de Marília deixa claro que o que ela persegue é um projeto pessoal, uma carreira política e não um projeto político. “O que está evidente é que o que importa para ela é ser candidata ao governo do Estado de Pernambuco, não importa em que partido”, afirma uma liderança do partido socialista.
“Ela já abandonou o PSB, pelo qual exerceu o mandato de vereadora e agora o PT. Resta saber quando ela abandonará o Solidariedade?”.
Marília é neta de Miguel Arraes, liderança histórica da esquerda brasileira que foi governador de Pernambuco e presidente do PSB. Com a morte do avô, em 2005, ela se filiou à sigla pela qual se elegeu vereadora de Recife, em 2008.
Em 2016, ela deixou a sigla e anunciou apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT) em detrimento da candidatura de seu primo, Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco, que morreu devido a um acidente de avião e não chegou a disputar as eleições presidenciais.
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Pelo PT, Marília se reelegeu vereadora e, em 2018, foi eleita deputada federal. À época o nome dela chegou a ser cogitado para concorrer ao governo estadual, mas o partido decidiu apoiar a reeleição de Paulo Câmara (PSB).
Em 2020, disputou a prefeitura do Recife e chegou ao segundo turno, mas perdeu para o primo João Campos (PSB), filho de Eduardo Campos, que venceu as eleições com 56,27%, enquanto Marília ficou com 43,73%.
Marília Arraes chegou a declarar que a decisão de sair do PT foi “dolorosa”, principalmente por sua identificação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já declarou apoio à candidatura de Danilo Cabral (PSB) ao governo do Estado.