
Depois do Mato Grosso do Sul, o governo de Mato Grosso também decidiu decretar estado de calamidade na segunda-feira (14), por causa dos incêndios que vem consumindo o Pantanal.
A medida permite dobrar a estrutura para a prevenção, combate e autuação dos incêndios florestais, especialmente na região pantaneira. O anúncio foi feito pelo governador Mauro Mendes (DEM), após reunião com os secretários de Segurança Pública, Meio Ambiente e com os comandantes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.
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No Parque Indígena do Xingu, o fogo invadiu uma aldeia. Um enfermeiro que trabalha na região fez imagens das chamas destruindo as casas: “Aqui é a casa da equipe. Tudo nosso está dentro. Nós estamos com medo de pegar fogo aqui. Que dó, gente.”
Na estrada que liga Cuiabá à Chapada dos Guimarães, um dos destinos turísticos mais importantes do estado, o trânsito teve que ser interrompido por causa do fogo. Houve engarrafamento. Uma família por pouco não foi atingida.
Em apenas dois dias, foram quase cinco mil focos de calor em Mato Grosso, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estado chegou a 32 mil focos em 2020, 36% a mais do que em 2019. A velocidade de propagação do fogo é tanta que animais não têm tempo de reação. Muitos são encontrados já agonizando.
O número de queimadas em Mato Grosso começou a subir de forma drástica a partir de julho, empurrado pelas temperaturas altas, umidade baixa e o vento. Mas só agora, quase dois meses depois, o governo do estado decidiu decretar situação de emergência e pediu ao governo federal o reconhecimento de estado de calamidade.
Para ambientalistas, a decisão poderia ter sido tomada antes.
“É uma situação catastrófica, um verdadeiro colapso ambiental que o bioma está passando. Algo que no Pantanal a gente nunca tinha visto, quase 20% da área atingida pelo fogo em todo o bioma. Vale avaliar para que nos próximos anos atitudes como esta sejam tomadas em tempo hábil para se contornar a situação, de não ter este cenário crítico que nós estamos vivendo agora”, diz o engenheiro florestal Vinícius Silgueiro.
O governo de Mato Grosso afirmou que desde o início de março, tem executado o plano de ação contra o desmatamento ilegal e os incêndios florestais, que investiu mais de R$ 22 milhões em recursos próprios e que decretou calamidade por causa do agravamento dos incêndios e das condições climáticas desfavoráveis.
Com informações do Jornal Nacional