
Foto: Divulgação/PR
André Mendonça deve desistir de sua candidatura à Suprema Corte. Essa é a aposta de senadores, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até mesmo políticos da base governista. A atitude iria poupar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do desgaste de ver seu candidato “terrivelmente evangélico” ser rejeitado no Senado.
Leia também: Senadores buscam apoio de Flávio Bolsonaro para indicação de Aras ao STF
O STF tem sido um bastião de resistência ao bolsonarismo e às ameaças golpistas do presidente e, por conta disso, uma parte dos parlamentares querem evitar que ele emplaque mais um magistrado na Corte.
Já o procurador-geral da República, Augusto Aras, outro que está de olho na vaga, assiste a tudo de camarote e já tem até nome para substitui-lo no comando do Ministério Público Federal, caso se torne a opção a Mendonça: a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que também tem o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) como cabo eleitoral.
Lindôra é aliada de Aras na PGR, próxima do filho do presidente e não esconde dos colegas sua afinidade com o governo Bolsonaro. Ela, por exemplo, recuou em uma denúncia que apresentou contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no ano passado.
Três meses após ter denunciado o deputado por corrupção passiva, Lindôra disse que o caso tinha ‘fragilidade probatória’ e pediu ao STF que rejeitasse a denúncia que o próprio órgão havia apresentado. Na ocasião, o deputado já despontava como forte aliado de Bolsonaro.
Reforço no nome de Mendonça
No entanto, pressionado por evangélicos, Bolsonaro reforçou nesta quarta-feira (15) a indicação de André Mendonça à Suprema Corte. Na reunião no Palácio do Planalto, o presidente chegou a chamar o seu indicado à corte para reiterar, na frente de pastores e apóstolos, que é ele o escolhido.
Bem diferente do que ocorreu nos bastidores, onde o trabalho do governo para emplacar Mendonça segue em marcha lenta. Em paralelo, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), responsável por pautar a sabatina do ex-advogado da União no Senado, não deu sinais de que fará o processo de andar.
Mesmo políticos governistas acreditam que a retirada do nome de Mendonça seria a melhor solução, poupando Bolsonaro do desgaste de ver o nome do “terrivelmente evangélico” rejeitado no Senado. O presidente já sinalizou que não tomará a iniciativa de retirar o nome para não contrariar os evangélicos.
Com informações das colunas de Mônica Bergamo e Bela Megale