
Um levantamento feito pela Pesquisa Game Brasil 2021 revelou que 50,3% dos gamers brasileiros são pretos ou pardos. Além disso, 49,7% dos consumidores desse mercado pertencem às classes C, D e E. Os dados mostram o retrato do jogador brasileiro e escancaram a necessidade de se pensar em políticas públicas voltadas para o setor.
O estudo revelou ainda que 72% da população do país afirma jogar jogos eletrônicos e que a pandemia aumentou a quantidade de tempo jogado pelos brasileiros. De acordo com os dados, o confinamento fez com que 51,5% dos jogadores realizassem ainda mais partidas online com amigos.
A favela joga no celular
Segundo IBGE, 79,3% dos brasileiros têm celular. Já consoles, como o Playstation 4 ou o Nintendo Switch, são jogados por 48,5% dos brasileiros, segundo a Pesquisa Game Brasil 2019.
De acordo as informações coletadas, Free Fire e os jogos de battle royale são os mais conhecidos pelo público, além de serem a preferência de 53,5% dos entrevistados pela pesquisa.
Brasileirão de Games da Favela
O projeto social Brasileirão de Games da Favela (BGF) percebeu a influência dos jogos na juventude das comunidades e começou a penar no acesso ao lazer, à diversão e aos games em um país onde a desigualdade tem níveis alarmantes.
O BGF tem como objetivo levar o lazer para as comunidades por meio dos e-sports, mais especificamente, por meio do jogo FIFA. Funciona assim: são selecionadas 16 crianças que após serem distribuídas em chaves disputam o “Brasileirão de Games” até ser consagrado um vencedor.
A iniciativa que já chegou a ter parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro nasceu em 2019 e tem sua estreia na comunidade do Rollas, em Santa Cruz, bairro da Zona Oeste do Rio.
Segundo o sócio do BGF ,Gabriel Bellezia, o primeiro campeonato foi inesquecível. “Foi sensacional. É de onde a gente tem as melhores fotos, as melhores recordações porque o primeiro projeto é sempre memorável.”
O projeto, que está sem ir para as ruas desde o agravamento da pandemia, conta com duas cadeiras gamers, dois projetores, diversos consoles e, eventualmente, uma premiação para o vencedor. Para Gabriel, o cenário ideal seria poder contar com um patrocínio para oferecer uma premiação, estrutura e quem sabe, expansão do Brasileirão.
“A gente se depara com criança que nunca sentou numa cadeira gamer, nunca jogou num videogame de última geração, com jogos da última geração, e acaba tendo esse contato só por YouTube ou coisas desse tipo”, explica.
A pesquisa
A Pesquisa Game Brasil já se consolidou como referência a respeito do mercado consumidor de jogos no país. Anualmente, ela reúne dados sobre este universo. Em 2021 a pesquisa chega em sua 8ª edição com um retrato do universo gamer já totalmente inserido dentro da nova realidade da pandemia.
Referência no estudo de hábitos de consumo do gamer brasileiro, a Pesquisa Game Brasil (PGB) existe desde 2013, e é desenvolvida e produzida através da parceria entre a Sioux Group, GoGamers, Blend New Research e ESPM.
Toda a pesquisa é desenvolvida com questionários proprietários com uma ampla cobertura e tópicos que envolvem o público gamer e todo o seu ecossistema, no Brasil e na América Latina — em países chaves como Argentina, Chile, olômbia e México. A GoGamers é a unidade de negócios responsável pelo desenvolvimento, produção e publicação da pesquisa anualmente.
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Brasileiros passam mais tempo jogando
De acordo com o relatório, 75,8% dos gamers brasileiros afirmaram jogar mais durante o período de isolamento social. Se 75,8% dos gamers declaram que jogaram mais durante a quarentena, 60,9% do público afirma ter consumido mais conteúdos sobre games durante o período de isolamento social, enquanto 42,2% disseram ter investido mais dinheiro em jogos.
Mulheres continuam maioria
As mulheres são maioria do mercado gamer brasileiro. De acordo com a pesquisa, elas são mais Impulsionadas pela facilidade de jogar no smartphone. A 8ª edição confirmou a tendência histórica e o público feminino acabou ficando com 51,5% do mercado consumidor de jogos eletrônicos no país. Quando o assunto é smartphones, esse número fica ainda mais alto: 62,2% dos gamers que jogam no smartphone são mulheres.
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Outras classes sociais
Os celulares também colaboraram para a Ascenção de outras classes sociais mais baixas no universo brasileiro dos games. Embora a principal classe social dos jogadores no Brasil seja a média-alta (B2), com 27,6%, é possível identificar uma ascensão das pessoas de classes sociais baixas e médias (C1, C2, D e E) entre o público gamer, representando quase metade dos consumidores de jogos no país (49,7%, na soma).
Adultos pardos ou pretos
A PGB mapeou pela primeira vez a etnia dos jogadores brasileiros. Mais da metade do público se identificou como preto ou pardo (50,3%, na soma). Seguidos das pessoas que se identificaram como brancas (46%). Em relação à faixa etária, a maioria do público é adulta, com 22,5% possuindo entre 20 a 24 anos e 18,6% entre 24 e 29 anos.
Duração de 1 a 3 horas
A maioria dos entrevistados respondeu que suas sessões de games duram de 1 a 3 horas no console (31,3%). Já no PC a maior parte do público joga por até 1h (27,2%), mas há um destaque para a grande quantidade de pessoas (10,1%) que declararam jogar por mais de 6h. O mobile surpreende com a capacidade de retenção do jogador brasileiro, com 35% do público declarando que também joga de 1 a 3 horas. Outro fator interessante notado no estudo é que o público se declarou multiplataforma. Ou seja, joga em mais de uma plataforma diferente
Brasileiros preferem jogos 0800
A maior parte do público que respondeu a PGB 2021 declarou que prefere os jogos gratuitos (45,4%). Entre os principais motivos desta preferência estão os altos preços dos jogos pagos também o medo do arrependimento. A maioria do público (33%) não investe nenhum valor de outra maneira com jogos, mas 32% gastam em moedas virtuais, 31,4% em itens de melhorias e 31,1% em expansões de jogos.
E-Sports
A pesquisa mostrou que 64,3% dos jogadores brasileiros já ouviram falar em e-Sports, enquanto 55,4% afirmam que jogam ou praticam alguma modalidade. Os pais que responderam as perguntas afirmaram em sua grande maioria (85,1%) que seus filhos jogam. Esse número representa crescimento de 6,4% em relação à última edição da pesquisa. 83,8% dos pais declararam que jogam junto com seus filhos.
Os games e a Autorreforma
Em sua proposta de Autorreforma, o PSB percebe o investimento no mercado de games brasileiro como fundamental. Para os socialistas, o ideal seria que as riquezas cultural, literária e artística, fossem transferidas para o design nacional, para os games, para os softwares brasileiros. Enfim, é preciso marcar a cultura tecnológica com as digitais da diversidade cultural do País.
“Estimular joint ventures, associações e empresas nacionais com grandes investimentos nas indústrias criativas, de modo a torná-las competitivas nacional e internacionalmente – áreas da música, cinema, dança, teatro e games, com design nacional.”
Autorreforma do PSB
O entendimento é que inovação é um processo criativo, revolucionário e transformador que possibilita rupturas parciais ou completas, impactando o modo de vida e o desenvolvimento das pessoas, das sociedades e das nações é o que norteia as teses da auto mudança socialista.
Com informações da GKPB e Uol