
Durante a conversa matinal com apoiadores na porta do Palácio do Alvorada nesta segunda-feira (8), Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a criticar as medidas mais restritivas de isolamento adotadas por alguns governadores e prefeitos na tentativa de deter a contaminação da Covid-19 nos últimos dias. Na contramão dos esforços internacionais para redução no número de casos e mortes pelo coronavirus, ele descartou a possibilidade de um lockdown nacional decretado pelo Governo Federal.
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“Eu só dou um recado. Alguns querem que eu decrete lockdown. Não vou decretar. E pode ter certeza de uma coisa: o meu Exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa”, afirmou.
O presidente também citou o auxílio emergencial pago no ano passado para pessoas que não tinham renda. Segundo ele o benefício é o “maior projeto social do mundo”. Na proposta do Governo Federal para o auxílio em 2021 a parcela mensal de R$ 600 paga inicialmente foi reduzida para R$ 250, porém, ainda não há data para novos depósitos.
Recorde de mortes
As medidas mais restritivas de isolamento como toque de recolher e fechamento do comércio não-essencial estão sendo tomadas por diversos estados devido ao aumento no número de mortes em decorrência da Covid-19 e dos problemas enfrentados nos sistemas público e particular de saúde. Com falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), as mortes nas filas de espera têm sido registradas diariamente.
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Na última semana, a média móvel diária de óbitos registrada e divulgada no domingo (7) pelo consórcio de veículos de imprensa ficou em 1.497. Apenas nas últimas 24h o Brasil também registrou 1.086 novas mortes de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
A situação dramática do Brasil se mostra o oposto do que ocorre em outros países do mundo em razão da falta de vacinas contra a Covid-19 para implementar o Plano Nacional de Imunização (PNI). Diversos parlamentares e especialistas da área já criticaram a demora do presidente em adquirir os imunizantes, como o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ). Por meio de seu perfil no Twitter, ele defendeu o impeachment do presidente por, deliberadamente, inviabilizar a vacina no país.
“O Brasil poderia ter começado a vacinar em dezembro, mas Bolsonaro escolheu o caminho do boicote aos imunizantes. Resultado: somos o epicentro da COVID-19 no mundo. #ImpeachmentJá“, declarou Molon.