
O governo de Andrés Manuel López Obrador pretende se pronunciar esta semana no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a monopolização de vacinas pelos países desenvolvidos.
De acordo com a declaração do ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, o governo apresentará preocupações do México e da América Latina sobre a “desigualdade” de acesso diante do conselho.
O anúncio do Executivo mexicano coincide com o fim do período sem envios de remessas pela farmacêutica Pfizer para o país. Depois de quase um mês sem receber as vacinas da empresa dos EUA, o México disse na manhã da terça-feira (16) que o país já acertou a compra de 234 milhões de doses de cinco vacinas diferentes.
“Tem sido muito complexo enfrentar essa seca de vacinas”, disse Martha Delgado, subsecretária de Assuntos Multilaterais, em entrevista a El País na sexta-feira. A funcionária atribuiu a escassez aos problemas de produção dos laboratórios e já falava então do “fenômeno do açambarcamento” por parte dos países mais ricos.
“Os países que as produzem têm taxas de vacinação muito altas e a América Latina e o Caribe, muito menores”, disse Ebrard sobre essas desigualdades. “Não é justo”, concluiu.
Em abril, o ministério de Relações Exteriores mexicano apresentou uma resolução à Assembleia das Nações Unidas para que o acesso a medicamentos, vacinas, equipamentos e suprimentos médicos contra a Covid-19 seja equitativo. Teve o apoio de 164 países, embora com notáveis exceções, como os Estados Unidos.
Somente na semana passada a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que mais de três quartos das vacinas existentes foram aplicadas em 10 países, que respondem por mais de 60% do PIB mundial. “Diante da pandemia, a vitória ou a derrota será de todos”, afirmou a OMS.
Com informações do El País