O ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi denunciado por crime de homofobia. A Procuradoria-Geral da República denunciou o pastor ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (31) por ele ter relacionado a homossexualidade a “famílias desajustadas”.
As declarações de Ribeiro foram feitas em 2020, durante entrevista ao jornal Estado de S.Paulo. Na ocasião, ele também disse que adolescentes estão “optando por ser gay”.
Ele foi questionado sobre educação sexual nas escolas. Disse ser um tema importante para evitar gravidez precoce – mas foi contrário ao debate de questões de gênero e sexualidade nas salas de aulas.
“Acho que o adolescente, que muitas vezes, opta por andar no caminho do homossexualismo (sic), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato, e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, afirmou Ribeiro na entrevista.
Agora, cabe ao Supremo decidir se vai abrir uma ação penal contra o ministro de Jair Bolsonaro e torná-lo réu. Ribeiro alegou que a fala foi distorcida em retirada do contexto.
Leia também: Socialistas pedem que MPF investigue Milton Ribeiro por improbidade administrativa no Enem
A denúncia foi assinada pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.
“Ao afirmar que adolescentes homossexuais procedem de famílias desajustadas, o denunciado (ministro) discrimina jovens por sua orientação sexual e preconceituosamente desqualifica as famílias em que criados, afirmando serem desajustadas, isto é, fora do campo do justo curso da ordem social”, disse no documento apresentado ao STF.
No documento o vice-procurador também lembra que Ribeiro se negou a fazer um acordo de persecução penal que poderia evitar a ação judicial.
Ele também disse que Ribeiro, na entrevista, “avilta integrantes desse grupo e seus familiares, emitindo um desvalor infundado quanto a pessoas, induzindo outros grupos sociais a ter por legítimo o discrímen, por sustentável o prejuízo sem lastro, por reforçado o estigma social, por aceitável a menos valia de pessoas e por explicável a adoção e manutenção de comportamentos de rejeição e mesmo hostilidade violenta a esse grupo humano vulnerável”.
Com informações do g1