
A coluna Radar, da Veja, divulgou nesta terça-feira (8) mais um capitulo do desgaste do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com a coluna, ontem o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, usou um grupo de WhatsApp no qual estão todos os ministros do governo para atacar o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto. A briga foi confirmada por três fontes pelo jornal O Globo.
Nas mensagens, Álvaro Antônio acusou Ramos de conspirar para tirá-lo do cargo designado por Bolsonaro. Nas palavras de outra fonte do Planalto, ele “entrou no pau” contra Ramos, irritado porque o ministro estaria negociando cargos com o Centrão do Congresso, entre eles o próprio Ministério do Turismo.
O presidente Bolsonaro, por sua vez, teria se irritado ao ver a exposição de mais uma briga entre integrantes do governo. O ministro do Turismo, então, voltou ao grupo para se retratar com Ramos e colocar panos quentes na discussão, admitindo que se excedeu. A assessoria do ministro Ramos informou que não vai comentar o caso. Já a de Marcelo Álvaro Antônio não respondeu aos jornais.
No fim de outubro, foi o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que atacou Ramos, mas publicamente, chamando-o de “Maria fofoca” no Twitter. Bolsonaro determinou que problemas entre seus subordinados fossem resolvidos internamente, e Salles veio a público dizer que conversou com o colega de ministério e pediu desculpas pelo excesso para colocar “um ponto final nisso”.
Reforma ministerial
A avaliação nos bastidores do Planalto é que Marcelo Álvaro Antônio foi instigado por desafetos de Ramos a culpar o ministro da Secretaria de Governo em meio a notícias de que Bolsonaro planeja uma reforma ministerial para o começo do ano que vem. O nome dele e do ministro Onyx Lorenzoni, da Cidadania, têm sido aventados para deixar o governo.
Na semana passada, segundo O Globo, o presidente cogitava abrir espaços em ministérios e cargos estratégicos para que congressistas apoiassem os candidatos do Palácio do Planalto nas disputas em fevereiro do ano que vem para o comando do Congresso, entre eles o deputado federal Arthur Lira (PP-AL).
Na ocasião, a principal meta era derrotar o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas no último domingo o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que não poderá haver reeleição nos comandos das Casas na mesma legislatura, impedindo Maia de concorrer ao cargo novamente.
Negociações no Governo
Em meio às negociações, além das iniciativas para fazer uma reforma ministerial com o objetivo de distribuir cargos aos partidos que ajudassem a eleger Lira, parlamentares pediram a recriação do Ministério do Esporte, que seria oferecido ao grupo formado por PSL, PTB e Pros, bloco com 61 parlamentares e que tendia a apoiar Maia. Passado o julgamento do STF, que modificou o cenário político, interlocutores do Palácio do Planalto têm apontado, porém, que não é hora de negociar cargos.
A saída do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, indicado para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 31 de dezembro, também está no radar de parlamentares do Centrão. O almirante Flávio Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos, até então era favorito para o posto, mas chegou a ser avisado por Bolsonaro que deve continuar na função atual.
Com informações da Veja e do jornal O Globo