Neste último final de semana, a carioca Eloá Rodrigues, 27, recebeu a coroa do Miss Beleza Trans Brasil 2020. A jornada atrás de seu sonho, no entanto, não foi fácil, mas valeu o esforço. Em entrevista à revista EXTRA, Eloá afirma que mais do que um concurso de beleza, o evento é uma bandeira levantada contra o preconceito.
A modelo também é estudante de Ciências Sociais, atua na ONG Grupo Diversidade em Niterói, além de presidir o conselho municipal LGBT no mesmo município.
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“Dá visibilidade e potencializa a existência de pessoas trans. É transgressor. As pessoas não estão acostumadas em nos ver num lugar de protagonismo”, diz Eloá.
Estimativa feita pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), com base em dados colhidos nas diversas regionais da entidade, aponta que 90% das pessoas trans recorrem a prostituição ao menos em algum momento da vida. O preconceito e a baixa escolaridade são fatores decisivos para essa marginalização.
Para Eloá, é importante que temas inerentes a esse universo sejam debatidos. Se dando como exemplo, ela afirma que demorou cerca de 21 anos para entender, de fato, que era uma pessoa trans.
“Sempre me entendi como mulher, mas sou de uma época em que o tema não era muito discutido. Então passei 21 anos da minha vida para me entender. Isso para, depois, me afirmar e exigir respeito. Não foi uma jornada fácil”, diz.
Após o resultado da premiação, Eloá recebeu muitos ataques, muitos de cunhos racistas e transfóbicos. A ativista LGBT, Bruna Benevidex, também comentou o caso: “Ela está sendo detonada! Foi o mesmo que aconteceu com a Miss Brasil cis 2017, vítima de racismo e ano passado com a Miss Internacional Queen 2019! É horrível e a Eloá não merece passar por isso!”.
Com informações da revista EXTRA