
O novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que atuará em prol do diálogo com acadêmicos, do Estado laico e em favor do ensino público. Na tarde desta quinta-feira (16), durante a posse, o pastor e advogado reforçou que sua gestão gera marcada pela educação infantil e o ensino profissionalizante. A cerimônia, que ocorreu no Palácio do Planalto, foi acompanhada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por videoconferência.
Ribeiro é o quarto a ocupar a função em 17 meses de governo Bolsonaro e assumirá a vaga após a passagem relâmpago de Carlos Alberto Decotelli, que ficou apenas cinco dias no cargo e não chegou a tomar posse. Decotelli pediu demissão após uma série de questionamentos sobre seu currículo e sua formação. Antes dele, a pasta era comandada por Abraham Weintraub, demitido do governo há cerca de um mês, após uma série de polêmicas.
Advogado, Ribeiro é membro da Comissão de Ética Pública da Presidência e foi escolhido para o MEC na última sexta-feira (10). Pastor, ele também atua no Conselho Deliberativo no Instituto Presbiteriano Mackenzie. É ex-reitor em exercício e ex-vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
“Tenho a formação religiosa. Meu compromisso, que assumo hoje, ao tomar posse, está bem firmado e bem localizado em valores constitucionais, da laicidade do estado e do ensino público. Assim, deus me ajude”, declarou Ribeiro ao assumir formalmente o cargo.
A indicação de Milton Ribeiro para a pasta foi atribuída ao ministro da Secretaria-geral, Jorge Oliveira, e ao ministro da Justiça, André Mendonça, também presbiteriano. Entre as características que fizeram com que ele fosse escolhido, está o “apreço à família e aos valores”, dizem conhecidos e integrantes do governo. Ribeiro foi vice-reitor do Mackenzie, quando o reitor era o ex-governador Claudio Lembo, mas é desconhecido entre especialistas da educação.
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Bolsonaro defende diálogo
Ao discursar no evento, por videoconferência, Bolsonaro afirmou que a presença de um gestor “voltado para o diálogo” tratá entendimento ao setor. Desde o início do governo, a pasta é alvo de disputas e foco de divergências entre técnicos, grupos ligados ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho e militares.
“Com a chegada de um ministro voltado para o diálogo, usando a sua experiência e querendo o melhor para as crianças, esse entendimento se fará presente”, disse Bolsonaro.
Com informações do Estadão.