O diretor-executivo da OMS ainda ressaltou que não faz o menor sentido defender o uso de cloroquina contra a Covid-19

De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), não há motivos para alívio sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil. Segundo o órgão, os novos casos diários estão num platô muito alto, entre 50 mil e 60 mil por dia, e a taxa de transmissão cresceu.
“Todos os sinais são de transmissão comunitária sustentada e pressão constante sobre os sistemas de saúde”, disse o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan. O país tinha 101.049 mortes e mais de 3 milhões de casos até essa segunda-feira (10).
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Ryan ainda revela preocupação com casos subnotificados. Segundo ele, a porcentagem de testes que dão positivo é de 20%, o que indica que o nível de testagem brasileiro está muito abaixo do ideal.
O diretor-executivo da OMS afirmou também que “todo país é soberano para decidir como tratar a epidemia”, mas não faz o menor sentido defender o uso de cloroquina, como tem feito o presidente Jair Bolsoanaro.
“Experimentos com todos os cuidados científicos já provaram que a droga é ineficaz”, disse Ryan.
O país está a meses com alta na porcentagem de ocupação e UTIs, chegando a 80% ou 90% da capacidade em alguns estados. O que revela dificuldade em seguir as orientações de segurança.
“O Brasil pode ter mais dificuldades para seguir essas orientações porque há muita gente vivendo em lugares apinhados, em pobreza. Essas comunidades precisam de apoio. Não bastam palavras. É preciso dar recursos e informação”, completou.
Com informações da Folha de S. Paulo