
Em tempos de pandemia, filmes e séries têm sido um grande acalanto para a sociedade. Para a comunidade negra, a carência de conteúdo representativo só não é maior que o prejuízo devastador que profissionais do audiovisual tiveram diante da crise econômica provocada pela Covid-19.
Ciente desse cenário e da importância da audiência negra para a plataforma, a Netflix fez uma doação histórica de R$ 3 milhões ao Fundo de Amparo aos Profissionais do Audiovisual Negro (Fapan), beneficiando 875 profissionais autônomos e 275 representantes legais de empresas vocacionais.
“Em momentos como esse, nós, profissionais negros, fazemos o que sempre fazemos: nos reinventamos. Fundos como o Fapan, apoiados por doações como a da Netflix, como anunciado hoje, são importantes para transformar vidas, apoiando tanto o profissional autônomo quanto os produtores negros. Esses produtores encabeçam as chamadas empresas vocacionadas, dedicadas à produção de conteúdo identitário”, explica Rodrigo Antônio, sócio-diretor da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (Apan).
Rodrigo também destaca que “ao fortalecermos as narrativas negras, passamos de personagens marcados por estereótipos a protagonistas das nossas próprias histórias. Cinema negro não é, nem deve ser tratado como um gênero”.
Apoio ao audiovisual negro
A iniciativa da Netflix faz parte de um fundo de US$ 150 milhões da empresa, que foi administrado em mais de 20 países, criado para apoiar aqueles em maior dificuldade no setor de produção audiovisual em países onde a empresa tem uma grande base de produção.
No ano passado também apoiou a comunidade negra estimulando a comunidade criativa por meio da doação de R$2 milhões que foram destinados à Apan, Instituto Querô, Instituto Criar e Instituto Nicho 54 para programas de mentoria, treinamento e capacitação de talentos negros em todo o Brasil.
No comunicado oficial, a Netflix afirma que “vidas negras importam e suas histórias também. Esperamos que essas iniciativas — somadas a tantas outras que ainda são necessárias —, possam reduzir um pouco as desigualdades e fazer com que essas potências, espalhadas pelo Brasil, se encontrem e ampliem suas vozes. Assim, mais brasileiros também poderão se ver refletidos na tela”.
Com informações da Folha