
Nesta segunda-feira (20), pesquisadores da China anunciaram que a vacina contra a Covid-19 da CanSino Biologics é segura e induz resposta imune, apontam testes preliminares feitos na cidade de Wuhan. Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet.
- A pesquisa se refere à fase 2 de estudos da chinesa CanSino Biologics
- A fase 2 envolveu testes em 500 pessoas em Wuhan
- O objetivo principal do estudo foi avaliar a resposta imune e a segurança para determinar a dose mais adequada para a fase 3
- Os voluntários que desenvolveram resposta imune ainda não foram expostos ao vírus Sars-Cov-2, o novo coronavírus, para checar se a imunidade previne contra a Covid-19
- Estudos da fase 3 já estão em andamento
Cientistas da China chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras vacinas. Além desta produzida pela CanSino Biologics em colaboração com militares, há uma feita pela Sinovac, que será testada no Brasil, e outras duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.
Proteção efetiva ainda inconclusiva
Os autores deste estudo afirmam que é importante ressaltar que nenhum participante foi exposto ao vírus Sars-CoV-2 após a vacinação. Portanto, não é possível determinar se essa candidata à vacina protege efetivamente contra a infecção por coronavírus no ambiente.
“O estudo de fase 2 acrescenta mais evidências de segurança e imunogenicidade em uma população maior do que o estudo de fase 1. Este é um passo importante na avaliação desta vacina experimental em estágio inicial. Os estudos de fase 3 estão em andamento”, afirma Feng-Cai Zhu, Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças da China.
Os estudos da fase 3 são necessários para confirmar se a vacina protege efetivamente contra a infecção por Sars-CoV-2 em um grupo mais amplo da população.
Método China
De acordo com os pesquisadores, a vacina usou um vírus enfraquecido do resfriado humano (adenovírus). Ele entrou no organismo dos voluntários para “entregar” o material genético que codifica a proteína do Sars-CoV-2 e, assim, estimular a criação de anticorpos. Esses anticorpos combatem o coronavírus.
O estudo constatou que 95% (241/253) dos participantes no grupo que recebeu doses altas e 91% (118/129) dos integrantes do grupo de doses baixas apresentaram respostas imunes às células T ou aos anticorpos no 28° dia após a vacinação.
Os autores observam que o aumento da idade podem dificultar parcialmente as respostas imunes específicas à vacinação, particularmente as respostas de anticorpos.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que a Universidade de Oxford, no Reino Unido, divulgou que a vacina testada pela instituição também teve resultados preliminares seguros e induziu resposta imune.
Com informações do G1.
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