Kai Shappley está atuando na adaptação do programa dos anos 90 “Clube das Babás”
Produção recém-lançada pela Netflix, o elenco da série “Clube das Babás” traz uma participação especial. A jovem Kai Shappley, de apenas 9 anos, é transgênero e está realizando um sonho ao desempenhar um papel que tem tudo a ver com a sua história, dado que irá interpretar uma personagem trans na série.
No quarto episódio da primeira temporada, a personagem de Kai será defendida pela sua babá, Mary Anne (Malia Baker), contra um médico que se recusa a reconhecer sua identidade. História extremamente familiar para a atriz que precisa lutar contra o preconceito diariamente.
Em depoimento ao site “Good House Keeping”, a mãe de Kai, Kimberly Shappley, contou como foi o processo para ela e a família se depararem com a transgeneridade da filha. “Quando Kai tinha uns 3 anos e meio eu já não podia mais ignorar isso. Ela falava que era uma menina pelo menos umas seis vezes ao dia”, disse Kimberly que então passou a buscar especialistas voltados para a comunidade LGBTQI+.
A arte imita a vida
Um caso semelhante ao da série, em que Kimberly precisou agir contra o preconceito direcionado a filha, ocorreu quando Kai foi impedida de usar o banheiro de meninas na escola em que estudava, em Pearland, no Texas.
“Apesar de vários pedidos para fazer o contrário, a escola continuava usando o nome de nascimento e não a deixava usar o banheiro apropriado. Minha filha, que ama a escola e quer ser astrofísica quando crescer, voltava para casa chorando.”
Kim chegou a processar o distrito escolar, mas não conseguiu o que chamou de “vitória decisiva”, o que fez com que as duas se mudasse para uma cidade diferente. “Tivemos que mudar completamente a nossa vida só para que ela fosse tratada como seus colegas”, relatou a mãe da garota.
Devido dos entraves encontrados numa sociedade ainda extremamente preconceituosa, Kai comemora sua vitória em poder participar de uma série que procura conscientizar as pessoas.
“Ser escalada fez com que eu me sentisse bem, me sentisse especial. Eu não teria chegado aonde cheguei se não fosse pelas mulheres trans que estão fazendo protestos desde antes mesmo de eu nascer”
Com informações do Uol.