As visões e perspectivas de futuro sobre o novo coronavírus mudaram bastante depois que o biólogo e pesquisador, doutor em microbiologia da USP, Atila Iamarino, fez live, no seu canal no Youtube, em que orienta brasileiros e atualiza cenários na Europa, China e EUA, comparando com o que acontece no Brasil.
O cientista vai direto ao ponto e reúne alguns motivos para a população aderir de vez ao isolamento proposto por autoridades. O vídeo-alerta de Iamarino já passa de 4,5 milhões de visualizações.
“A gente tem o cenário em que a gente tem a vida semi-restrita e tem1 milhão mortos ou a gente tem a vida completamente restrita e fica em casa e evita 1 milhão de mortes. Agora a a gente escolhe qual é o destino que a gente quer: a gente quer alguns milhares de pessoas ou gente quer milhões de pessoas?”, provoca.
Pensando no momento, que é urgente e delicado para o conjunto da população, o Socialismo Criativo compartilha 5 dicas para ficar em casa:
De forma didática, o biólogo explica a gravidade do problema, que, segundo ele exige escolhas como o isolamento e fechamento de fronteiras no tempo previsto até agosto.
Cientistas apontam que, quanto maior o isolamento e distanciamento social, melhores são as chances de a rede de saúde conseguir atender à população.
Simulação
A fim de ilustrar cenários sanitários, Iamarino produziu o gráfico de um estudo realizado pelo Imperial College, de Londres, com simulação do avanço do coronavírus na Inglaterra e nos EUA e reações das autoridades de saúde para reduzir a letalidade do vírus.
O gráfico mostra as demandas por leitos hospitalares em relação aos disponíveis, em uma projeção que serve de exemplo para outros países. Porém, no Brasil, as condições de pobreza podem aumentar o contágio e dificultar o acesso à saúde.
No gráfico, estão desenhados cenários da estratégia de mitigação, mostrando requisitos de leitos hospitalares (UTIs), da seguinte forma: a linha preta mostra a epidemia não mitigada; a linha verde mostra uma estratégia de mitigação incorporando fechamento de escolas e universidades; a linha laranja mostra o isolamento do caso; a linha amarela mostra o isolamento dos casos e a quarentena das famílias; e a linha azul mostra isolamento de casos, quarentena doméstica e distanciamento social das pessoas com mais de 70 anos. O sombreamento, cinza, mostra o período de três meses em que essas intervenções devem permanecer no local.
O estudo também projeta um cenário sem intervenções das autoridades, levando 81% da população dos EUA ao contágio, com a morte de quase 2,2 milhões de pessoas (1%) nos próximos 5 meses.
No caso do Brasil, se nada estivesse sendo feito, seriam 1,4 milhões de brasileiros mortos até o final de agosto, com o agravante de que a desigualdade e pobreza poderiam aumentar o contágio e reduzir o acesso à saúde.
As linhas desenhadas no gráfico mostram a progressão da curva epidemiológica, com o traço vermelho, na base, representando o número de leitos disponíveis.
A linha preta, com maior pico da doença, é o número de pessoas precisando de leitos hospitalares.
“São pelo menos 50 vezes mais pessoas precisando de leitos hospitalares do que leitos disponíveis”, conclui Atila Iamarino ao explicar o grande afastamento entre as linhas vermelha e preta.
Confira a live completa!