Jorge Oliveira deve suceder Moro e Alexandre Ramagem a Maurício Valeixo.

O presidente Jair Bolsonaro não recuou com as acusações de interferência política, proferidas por Moro em sua demissão, e articula para nomear o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, para suceder o ex-juiz no Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Com essa decisão praticamente tomada, o atual secretário de Assuntos Estratégicos, vice-almirante Flávio Augusto Viana Rocha, deverá assumir a vaga de Oliveira na pasta, tornando-se o quarto militar a ocupar um ministério no Palácio do Planalto.
Essa é a segunda decisão polêmica de Bolsonaro, após dizer que o novo diretor-geral da Polícia Federal será mesmo o atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
Relação familiar

A semelhança entre os dois escolhidos é a ligação íntima com a família Bolsonaro. Visto que, Jorge Oliveira já foi assessor parlamentar de Bolsonaro e, depois, chefe de gabinete na Câmara de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), no qual também foi padrinho de casamento.
Além disso, o seu pai, o capitão do Exército Jorge Francisco, trabalhou no gabinete de Jair Bolsonaro por mais de 20 anos quando ele ocupou uma das cadeiras da Câmara.
Assim como Oliveira, Alexandre Ramagem também possui proximidade com os filhos de Jair Bolsonaro. Ramagem trabalhou como segurança do presidente na campanha de 2018 e criou com relação mais próxima com Carlos Bolsonaro.

Segundo o Valor, o próprio Oliveira resistiu à nomeação por causa de sua proximidade da família Bolsonaro e com receio de endossar as acusações feitas por Moro.
Ainda assim, quando questionado ontem nas redes sociais sobre a relação estreita de sua família com Ramagem, Bolsonaro respondeu cinicamente com: “E daí?”
Oposição recorre ao STF
A relação íntima dos escolhidos com a família Bolsonaro provocou reação da oposição. Alessandro Molon (PSB-RJ) e Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmaram que vão entrar com ação na Justiça contestando a nomeação do delegado.
Ainda assim, o Supremo Tribunal Federal (STF) não se pronunciou oficialmente sobre a questão.