Enquanto alguns parcos manifestantes ainda berram contra o resultado das urnas, o Diário Oficial da União traz a nomeação do Vice-presidente Geraldo Alckmin como coordenador da transição. Já existem reuniões com os chefes de poder agendadas, e a difícil costura política começa.
A equação que garantirá a governabilidade é difícil de ser feita e a base que se constituirá na Câmara e no Senado não dá margem para erros. O centrão tem a característica de caminhar com o governo, mas não aceita ficar ao relento. O ônus das intempéries fica na base do governo.
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É possível “domar” os partidos de centro a partir do momento que você constitui uma interlocução forte com seus caciques. Aparentemente, o PT aprendeu essa lição após os 6 anos na oposição e já puxa para si “os donos dos porcos” (expressão do interior do Brasil) para dialogar.
A agenda apregoada por Lula, hoje, é de difícil execução. Ele vai pegar uma casa desarrumada, mas não pode ser apenas um presidente que fica lá dentro pagando contas e descascando abacaxis. É preciso dar uma resposta (rápida) para melhorar a vida do povo. Aguardemos os 100 dias.
Importante destacar é que, aparentemente, seu governo já trabalha mais que a administração que deixa o Planalto. A impressão que eu tive ao assistir à coletiva de imprensa no Senado Federal, ontem, é a de que informalmente o governo Lula-Alckmin já começou. A COP27 confirma isso.
- Tiago Lima Carvalho é Bacharel em Relações internacionais, Especialista em Direito Internacional e Secretário de Formação política da JSB/PE