
Na atual era de fake news tem sido cada vez mais desafiador distinguir notícias falsas ou falsificadas das verídicas. Atrelando a situação à grande disseminação de inverdades através das redes sociais, o caos pode se estabelecer se medidas ainda mais duras não forem tomadas. Consciente da necessidade urgente de combate às notícias falsas, principalmente em ano eleitoral, o PSB trava uma luta constante contra a disseminação de desinformação.
Na última quarta-feira (23), o líder da sigla na Câmara, deputado Bira do Pindaré (MA), se reuniu com representantes do Twitter para tratar de pontos do Projeto de Lei nº 2630/20, do Senado, que tem o objetivo de combater as fake news nas redes com maior transparência. Na mesma semana, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) também defendeu, em Plenário, a retomada do debate sobre a proposta pela Câmara dos Deputados.
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Bira afirma que as redes que têm representação no Brasil, com o caso do Twitter, demonstram compromisso com a legislação local e com o combate à interferência nociva das fake news. “Precisamos de um diálogo permanente com as plataformas, mas entendendo a urgência do debate para este ano eleitoral, sob pena de sofrermos o impacto da desinformação”, acrescentou.
Para Lídice, relatora da CPMI das Fake News, é urgente que o debate seja feito antes das eleições. De acordo com ela, há uma movimentação forte e esdrúxula no Palácio do Planalto para fortalecer milícias digitais e produzir notícias falsas durante o processo eleitoral.
“É preciso ter punição a quem disseminar mentiras e promover campanhas de desinformação pela internet. Chega de mentiras no processo eleitoral”, reintera a deputada.
De acordo com a ideologia socialista, os partidos, como redes políticas, precisam definir claramente os objetivos que os coesionam. No caso do PSB, as Teses da Autorreforma orientam que é preciso decodificar em linguagem adequada aos meios digitais os princípios do socialismo brasileiro democrático e criativo, em termos acessíveis aos usuários.
Segundo o livro das Teses “compreendendo a importância das novas formas de comunicação, somente possível em razão do fortalecimento das chamadas redes sociais, o PSB insiste na necessidade do seu uso responsável e ético. Processos democráticos não admitem a produção de notícias falsas, as fake news”, como está destacado no Caderno 5.
Polarização
O debate sobre o PL das fake news ocorre ao meio de fortes críticas de gigantes da tecnologia. Nesta quinta-feira (24), o Facebook, Instagram, Google, Mercado Livre e Twitter divulgaram uma carta alegando que o projeto de lei “pode acabar mudando a internet como conhecemos hoje e prejudicando usuários e empreendedores”.
De acordo com a Folha de S. Paulo, as empresas afirmam que o PL das Fake News representa “uma potencial ameaça para a Internet livre, democrática e aberta que conhecemos hoje”. As companhias se posicionam de forma contrária à remuneração de veículos de imrpensa, às regras sobre moderação de conteúdo e às mudanças em anúncios da forma que estão descritas no projeto.
A carta, intitulada “PL 2630/2020 deixou de ser sobre combater as fake news“, argumenta que as gigantes de tecnologia estão empenhadas em combater a desinformação em suas plataformas, mas não da forma que o projeto propõe. “Como plataformas de tecnologia, investimos continuamente em recursos e ações concretas e transparentes para combater a desinformação e estamos comprometidas a debater com a sociedade como podemos enfrentar esse desafio juntos”, escreveram as empresas.
O problema das redes sociais
A falta de informação aliada à disseminação de fake news pode afetar o voto jovem. Por conta disso, a participação de adolescentes nas eleições deste ano pode ser a menor desde que jovens a partir de 16 anos passaram a ter direito ao voto, em 1994. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que eleitores de 16 e 17 anos registrados até janeiro deste ano somam 730.693.
O número é bem menor do que nas últimas eleições presidenciais, de 2018, quando levantamento do TSE registrava o total de 1.400.617 adolescentes, até então o menor contingente em eleições presidenciais em 20 anos.
A situação alarmante se agrava ainda mais quando se “coloca à mesa” os modos de consumo de informação dos jovens na atualidade. A pesquisa “Juventude e Democracia na América Latina”, realizada no Brasil, Argentina, Colômbia e México; mostra o poder cada vez maior de influenciadores digitais e canais, em tese, que não tratam sobre política em redes como Instagram e YouTube são cada vez mais fonte de informação.
O estudo também revela que jovens estão cada mais desconfiados da imprensa tradicional, optando por confiar em informações de influenciadores digitais e formadores de opinião do ambiente virtual.
“Uma das consequências de os jovens extraírem a maior parte das informações políticas das redes sociais é que as linhas entre fatos e opiniões começam a se embaralhar, e eles terão dificuldades de diferenciar as duas coisas e chegar a suas próprias conclusões baseadas em fatos”, diz Felipe Estefan, diretor para América Latina da Luminate.
PSB quer jovens na política
O PSB atua para inverter esse preocupante quadro. Em seu processo de Autorreforma, os socialistas defendem mecanismos de participação dos jovens na política.
A educação é o cerne dessa transformação defendida pelos socialistas com uma revolução criativa “que proporcione a transformação das mulheres e homens em pessoas libertárias, tolerantes e criativas, mais bem preparadas e com a aquisição de novos repertórios para se adaptarem à era do conhecimento e às transformações tecnológicas, com a valorização dos conteúdos de humanidades e de artes. ”
Para isso, um dos compromissos do PSB é estimular a participação política dos jovens, inclusive, para a formação de quadros e a relação do partido com organizações juvenis e estudantis.