
Ao comemorar a chegada ao segundo turno para a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) avaliou como o início da “derrota do bolsonarismo”. Concorrendo a reeleição, Bruno Covas (PSDB) teve 32% dos votos válidos, enquanto Boulos pontuou 20% dos votos válidos, à frente de Márcio França (PSB), com 13%.
“Não é só uma eleição, estamos falando do projeto de uma geração. Isso sinaliza o começo da derrota do bolsonarismo”, disse o candidato, antes do término da apuração. “Se confirmando os resultados, nós derrotamos o Bolsonaro no primeiro turno e agora vamos derrotar o Doria”, disse ao se referir a Celso Russomanno (Republicanos), que teve o apoio do presidente, e o governador João Doria (PSDB), aliado de Covas.
“Em 2018 as pessoas votaram com ódio. Vimos até foto de gente usando cano de arma para apertar o botão da urna. Hoje em São Paulo a gente viu um voto de esperança”, afirmou.
Para o segundo turno, a estratégia de Boulos é se tornar mais conhecido, principalmente do eleitor para quem seu discurso é direcionado: o morador da periferia. Uma das vantagens será a igualdade no horário eleitoral.
No primeiro turno Boulos dispunha de apenas 17 segundos nos blocos e dois comerciais por dia no horário eleitoral de rádio e TV. Enquanto Covas teve cerca de 900 comerciais, o candidato do PSOL teve apenas 80, segundo os cálculos da campanha.
“Chegamos até aqui em segundo lugar nas pesquisas com 17 segundos na TV, sem apoio da máquina dos governos federal e estadual e só com engajamento de gente de verdade, sem robôs, sem fake news. Imagine no segundo turno quando 17 segundos virarem 10 minutos todo dia, com debate em todas as grandes redes de TV, olho no olho”, disse.
Por esse motivo, a primeira iniciativa da campanha será aumentar a equipe responsável pelos programas de TV, até ontem formada por apenas seis profissionais sob o comando do marqueteiro Chico Malfitani. Novos colaboradores serão incorporados e a estrutura de equipamentos também terá de ser ampliada com a alocação de recursos.
Apoio da esquerda
O PSOL também vai buscar apoio das outras forças de esquerda para montar uma frente contra Covas. Já foram iniciadas conversas com o PT, PCdoB, Rede e PDT. No entanto, há resistência de alguns setores sobre a possível participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha.
“Pretendo telefonar para candidatos progressistas. Não fiz isso ainda porque os resultados não estão consolidados. O que a gente precisa construir é uma frente contra a desigualdade e a injustiça social em São Paulo.”
Com informações do Estadão