Durante transmissão do portal Antagonista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que criação de um modelo de formalização de emprego mais flexível que o regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) poderia evitar a criação de um novo imposto para equilibrar a perda de arrecadação do governo.
A entrevista desta sexta-feira (9) foi a primeira desde que Maia se recuperou do novo coronavírus. O deputado também se reconciliou recentemente com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ao comentar a narrativa do governo de que seria necessário criar um imposto para compensar a perda de receita, o deputado a proposta de Guedes chamada de ‘carteira verde e amarela’, um modelo com regras trabalhistas menos flexíveis.
“Tem uma outra alternativa, que o ministro Paulo Guedes falou outro dia, que seria a criação de um novo modelo, a carteira verde e amarela, como ele chama, que seria um modelo com regras diferentes e custos trabalhistas diferentes da CLT para as pessoas que estão fora do mercado de trabalho, e que isso poderia gerar também uma formalização de mão-de-obra, uma criação de empregos em outra regra”, afirmou.
Maia admitiu que a medida atrai críticas de políticos que argumentam que tiraria direitos trabalhistas, mas afirmou que “talvez seja menos danoso que a criação de um imposto.”
Disputa pelo comando da CMO
O presidente da Câmara também comentou a disputa pelo comando da Comissão Mista de Orçamento (CMO), classificando-a como “besteira” e “briga menor, desnecessária, que não vai levar a lugar nenhum”.
Com o apoio do deputado Arthur Lira (PP-AL), que pretende suceder Maia no comando da Câmara, um grupo tenta emplacar o nome da deputada Flávia Arruda (PL-DF) como presidente do colegiado. No entanto, acordo anterior do antigo blocão, formado, na época, por DEM e MDB, previa que o posto seria ocupado pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA).
“Em vez de a gente ficar gastando as nossas energia com uma comissão que hoje é irrelevante, porque o orçamento público hoje não tem espaço para nada, o espaço é apenas para aprovar as despesas correntes e mais as discricionárias que estão relacionadas à manutenção da máquina, vamos primeiro unir esforços para organizar a PEC Emergencial”, defendeu Maia.
A entrevista, que corria com clima descontraído, foi encerrada por Maia após se irritar com um vídeo em que o procurador Hélio Télio fez uma pergunta sobre improbidade administrativa em tom crítico. O deputado contestou as afirmações, disse que o procurador estava sendo grosseiro e desligou a câmera.
Com informações da Folha de S. Paulo