Quatro deputados bolsonaristas estão sendo acusados de usarem recursos de suas cotas parlamentares para divulgar os atos antidemocráticos realizados no último dia 3 de maio.
Bia Kicis (PSL-DF), General Girão (PSL-RN), Guiga Peixoto (PSL-SP) e Aline Sleutjes (PSL-PR) tiverem seus nomes citados pelo vice-Procurador-Geral da República, Humberto Jacques, em seu parecer.
O caso está contado na petição pela qual Jacques requereu a quebra de sigilos bancários, fiscal e telemático de congressistas aliados de Jair Bolsonaro (sem partido).
Essas e outras diligências, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, resultaram na operação da PF deflagrada no último dia 16, contra 21 pessoas, em seis estados do país.
Aliança do Brasil
De acordo com Jacques, três dos quatro investigados contrataram a empresa Inclutech Tecnologia em abril, sob a rubrica divulgação de atividades, para “promover o respectivo apoiamento aos atos antidemocráticos”. A empresa pertence a Sérgio Lima, responsável pelo marketing do Aliança pelo Brasil.
Ainda segundo o documento da PGR, Kicis desembolsou R$ 6,4 mil da cota pela “criação e elaboração de peças em vídeo para publicação na web”. Guiga Peixoto gastou R$ 6,5 mil e Aline Sleutjes, R$ 10 mil em serviços semelhantes, mas com o mesmo objetivo.
Jacques afirma ainda que General Girão usou R$ 7,4 mil do cotão para contratar a empresa Lima Junior, conforme diz a investigação, também para bater bumbo pelos protestos.
Teor da petição
“Como se pode verificar, no ecossistema de redes sociais e propagação de idéias de mobilização social e realização de manifestações ostensivas nas ruas, há participação de parlamentares tanto na expressão e formulação de mensagens, quanto na sua propagação e visibilidade, quanto no convívio e financiamento de profissionais na área”, disse Jacques, no documento.
E concluiu: “Na parte visível de toda essa organização há militantes, há políticos, há organização, há recursos financeiros. Há também direitos. Todavia, potencialmente pode haver abusos e crimes que precisam ser apurados a partir do esclarecimento do modo de funcionamento estruturado e economicamente rentável de uma escalada de organização e agrupamento com pretensões aparentes de execução de ações contra a ordem constitucional e o Estado Democrático e provocação das Forças Armadas ao descumprimento de sua missão constitucional”.
As informações são da Coluna do Lauro Jardim, no jornal O Globo.