Pela primeira vez, Curitiba tem uma candidata transgênero à prefeitura. Economista e psicanalista, Letícia Lanz disputará pelo Psol. As eleição ainda contam com outros dois fatos inéditos: o maior número de candidatos (16) desde a redemocratização e o recorde de candidaturas femininas.
De acordo com reportagem do Valor, Letícia Lanz, que tem 68 anos, tem um histórico ativista extenso. Ela forma uma chapa com a advogada Giana de Marco, 30, também do Psol.
Em seu último livro, “O corpo da roupa”, de 2014, Letícia conta que demorou 50 anos para se assumir como transgênero. A coragem para mudar veio após sofrer um infarto. “Trans não vem de transtorno nem de transição, mas de transgressão [..]. Somos, hoje, semelhantes às mães solteiras, que na década de 1950 eram consideradas transgressoras da ordem familiar”, escreveu.
Ela também foi a primeira presidente da Associação Brasileira de Transgêneros (Abrat), fundou ainda o Movimento Transgente e é a primeira transgênero a obter o grau de mestre pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Agenda trans
Além da agenda trans, Letícia tem outros três pilares: economia voltada para as pessoas e não para as coisas, investimentos em sustentabilidade e tecnologia e criatividade. “É a coragem de fazer diferente, de um ser experimentar coisas novas. É um pacote altamente revolucionário”, diz a candidata.
O eleitorado curitibano, porém, é conservador e os partidos de esquerda historicamente têm pouco sucesso nas urnas. Em 2016, a candidata do Psol, Xênia Mello, fez pouco mais de 10 mil votos em Curitiba, ou seja, 1,15% do total. O pleito escolheu Rafael Greca (DEM), que atualmente busca a reeleição.
Com informações do Valor