Os estudos desenvolvidos pela Universidade Federal do Ceará (UFC) mostram a eficácia do uso da pele de tilápia em queimaduras de 2º e 3º graus e lesões na pele
O Projeto Pele de Tilápia, vinculado ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), da Universidade Federal do Ceará (UFC), está realizando uma campanha para sensibilizar as autoridades brasileiras a facilitar o envio do material para o Líbano.
Na terça-feira (4), ocorreu uma explosão na região portuária de Beirute, a capital do país. Segundo a contagem oficial do governo e da Cruz Vermelha, a explosão já deixou 4 mil feridos e mais de 100 mortos.
Os pesquisadores cearenses querem enviar todo o estoque, cerca de 40 mil cm² de pele de tilápia, para ajudar as vítimas. O tratamento já se mostrou eficaz em queimaduras de 2º e 3º graus e lesões na pele, agindo como um “curativo biológico” no processo de cicatrização.
“Sem dúvida se trata de uma ação humanitária da UFC. É a Universidade fazendo valer seus estudos para colocar à disposição da sociedade, transformando a pesquisa que é feita dentro da Universidade em bem social”, afirma o Prof. Odorico, coordenador do NPDM.
Burocracia
Ano passado, a equipe tentou colaborar no socorro a vítimas de um acidente na Colômbia, mas houve entraves com a legislação daquele país, o que acabou inviabilizando o envio. De acordo com o pesquisador Carlos Roberto Paier, o fato do tratamento ainda não ser autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dificulta o envio.
“É preciso ter uma empresa interessada em fazer a transferência da tecnologia. Se a empresa adquirir essa tecnologia e passar a produzir a pele da tilápia industrialmente, o produto poderá ser comercializado e passará a ser fiscalizado pela Anvisa”, explica.
O pesquisador esclarece ainda que existem outros tipos de tratamento de queimados, como por exemplo, por meio da pele humana. No entanto, o estoque é muito baixo, existindo apenas dois bancos do pele humana no Brasil.
Com informações do G1 e do Portal da UFC