Mesmo sem o depoimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que apura o vazamento de dados sigilosos pelo atual ocupante do Palácio do Planalto, a Polícia Federal (PF), informou que as investigações não foram prejudicadas. O relatório das investigações foi encaminhado pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de minimizar a ausência do presidente na oitiva, que deveria ter prestado depoimento na última sexta-feira (28), a PF já havia concluído que Bolsonaro cometeu crime ao vazar o inquérito sigiloso sobre ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) afirma que “está chegando a hora de Bolsonaro se esconder atrás do cargo”.
O relatório foi encaminhado ao STF, mas a informação só veio à público após o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, retirar o sigilo na última sexta.
No relatório, a delegada Denisse Ribeiro afirma que há “elementos da atuação direta, voluntária e consciente” de Bolsonaro no vazamento de dados do inquérito que Bolsonaro divulgou para colocar em xeque a segurança das urnas eletrônicas.
Ela disse, porém, que ele não poderia ser indiciado sem aval prévio do próprio Supremo, entendimento que ainda não foi pacificado na Corte.
A PF admite que o presidente descumpriu uma ordem judicial, mas que isso não fez diferença nas investigações.
Agora, Alexandre de Morais deve encaminhar o processo ao Procurador-Geral da União (PGR), Augusto Aras, a quem cabe decidir se fará a denúncia do crime de Bolsonaro, que também precisa ser autorizada pelo Congresso Nacional.
Aras, contudo, segue a cartilha de Bolsonaro e, no Congresso, o presidente está fechado com o centrão.
Ao STF, a Polícia Federal solicitou o compartilhamento de informações de outros dois inquéritos. O primeiro que investiga a rede de disseminação de ódio e fake news pelas milícias digitais e, o segundo, sobre à associação mentirosa que Bolsonaro fez da vacina contra a covid-19 com a aids.
Com informações do Valor Econômico