Decisão foi tomada após fogos de artifício serem lançados contra prédio do Supremo Tribunal Federal por apoiadores de Jair Bolsonaro
Após manifestantes atiraram fogos de artifício em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), simulando um bombardeio, no sábado (13), a procuradoria-geral da República (PGR) acatou pedido do ministro Dias Toffoli e instaurou investigação.
Em ofícios enviados ao diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, e ao secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, Toffoli exigiu a responsabilização penal dos manifestantes.
Em nota divulgada nesse domingo (14) Toffoli afirmou que o ato “simboliza um ataque a todas as instituições democraticamente constituídas” e afirmou que o STF “jamais” se sujeitará a nenhum tipo de ameaça “seja velada, indireta ou direta”.
O presidente do STF disse que ataques são “financiados ilegalmente” e “reiterados e estimulados por uma minoria da população e por integrantes do próprio Estado”. Indireta é endereçada ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, que se reuniu com manifestantes bolsonaristas que integram o “300 do Brasil”.
Segundo a Folha, Toffoli fez questão de mostrar ao Planalto a sua insatisfação com a postura de Weintraub, o que aumentou a pressão pela saída do ministro.
Repercussão nas redes
Após nota de Toffoli, o ministro Alexandre de Moraes, que conduz as investigações sobre os ataques à Corte, também reagiu em sua rede social ao episódio de sábado.
Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, chegou a chamar atos de “bandidagem”.
O ministro da Justiça, André Mendonça, também se manifestou após nota, mas não condenou os ataques ao Supremo. Em uma sequência de tweets, o ministro disse que é necessário respeitar a vontade das urnas.
“A democracia pressupõe, acima de tudo, que todo poder emana do povo. Por isso, todas as instituições devem respeitá-lo. Devemos respeitar a vontade das urnas e o voto popular. Devemos agir por este povo, compreendê-lo e ver sua crítica e manifestação com humildade. Na democracia, a voz popular é soberana. A democracia pressupõe o respeito às suas instituições democráticas. Qualquer ação relacionada à Presidência da República, ao Congresso Nacional, ao STF ou qualquer instituição de Estado deve pautar-se por esse respeito”