
A liberação de arma para população feita Jair Bolsonaro (PL) provocou nova tragédia em uma família de Macapá, no Amapá, na quinta-feira (22).
Uma criança de 3 anos encontrou a arma do pai, que tem registro de Caçador, Atirador ou Colecionador – os chamados CACs -, e atirou na cabeça do irmão gêmeo.
Segundo informações passadas pela própria família aos policiais, o pai se preparava para ir a um clube de tiros e teria aberto o cofre, onde guarda a arma, uma Taurus 9 milímetros.
Nesse meio tempo, o pai saiu deixou a sala e a criança pegou a arma e atirou contra o irmão.
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Os familiares ouviram o disparo e se dirigiram até o local, onde encontraram uma das crianças baleada na cabeça caída no chão. O irmão gêmeo estava ao lado da arma, no chão.
A criança baleada foi levada pela mãe à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na zona norte da capital amapense e transferida para o Hospital de Emergência, onde está internada em estado grave.
O tiro teria entrado pela bochecha e saído pelo pescoço, causando fratura na vértebra cervical.
O pai se apresentou à polícia, que trata o caso como tiro acidental e omissão. A arma tinha 16 munições intactas e uma deflagrada.
Um caso parecido com este aconteceu em São Paulo, em julho deste ano. Um menino de 9 anos morreu após encontrar a arma que o pai, um homem de 32 anos com registro de CAC (Caçador, Atirador e Colecionador), mantinha em casa, deixada em cima de um armário na cozinha, e disparar acidentalmente contra a própria cabeça. A tragédia ocorreu em Ferraz de Vasconcelos, na Região Metropolitana de São Paulo, na noite de segunda-feira (11).
A mãe da criança contou aos policiais que registraram a ocorrência que, enquanto assistia à TV, o filho disse que ia comer algo na cozinha. Neste momento, pai do garoto estava deitado no quarto, descansado. O casal informou que minutos depois escutou o estampido do tiro e correu até o cômodo, encontrando o menino deitado no chão sobre uma poça de sangue. Eles ainda tentaram socorrê-lo levando-o até um hospital da região, mas já era tarde.
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No seu depoimento na Delegacia Sede de Ferraz de Vasconcelos, o responsável pela criança e dono da pistola disse que sempre deixava a arma em locais diferentes e inacessíveis ao filho e que, ao colocar a arma em cima do armário, a deixou sem uma munição na câmara e com a trava de segurança acionada. Ele disse crer que o menino tenha acionado o mecanismo de engatilhar a pistola, assim como a destravado, e que possivelmente aí ocorreu o disparo.
O pai afirmou ainda que nunca ensinou o filho a mexer na arma e que em várias oportunidades a mostrou a ele e explicou que se tratava de um objeto perigoso, que jamais deveria ser manuseado.
O delegado responsável pelo caso determinou a realização de uma perícia no local do fatídico episódio e registrou a ocorrência como homicídio e omissão de cautela conforme o estatuto do desarmamento.