As cidades estão crescendo e mudando rapidamente devido ao aumento populacional e a maior necessidade de desenvolvimento, Contudo, este desenvolvimento acelerado, sem um planejamento adequado, pode ocasionar diversos problemas, como o impacto negativo no meio ambiente. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cidades com baixo número de habitantes e que desmatam somam uma taxa de emissões per capita altíssima.
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Em Santa Cruz do Xingu, por exemplo, cidade localizada no estado do Mato Grosso, cada pessoa emite 857,9 toneladas de CO2 por ano, o que equivale aos gases de efeito estufa gerados por 800 carros.
Cidades inteligentes e os smart buildings
“Os dados nos levam à conclusão que, na luta contra as mudanças climáticas, nossas maiores batalhas devem ser travadas nas cidades. O conceito de smart city tem ganhado grande destaque em diversas regiões do mundo. Como consequência, o que chamamos de prédios inteligentes, edifícios eficientes, seguros, ágeis e sustentáveis, têm tido cada vez mais atenção e investimentos. Isso porque a relação entre smart cities e smart buildings é muito mais intensa e necessária do que conhecemos popularmente”, comenta Julio Martins, vice-presidente da Schneider Electric.
Nas smart cities, ou cidades inteligentes, os edifícios têm papel fundamental devido a sua vasta variedade de propósitos, como ser um local para refeições e compras, para dormir, aprender ou trabalhar. Desse modo, ajudam as cidades a se tornarem mais sustentáveis, resilientes, hiper eficientes e centradas nas pessoas.
Nesse sentido, muitas soluções e tecnologias têm sido criadas para melhorar toda a infraestrutura e os serviços que possam envolver um prédio inteligente. Dois pontos-chave em todo esse processo são a digitalização e a conectividade, o que inclui a conexão de partes da infraestrutura de um edifício tradicionalmente isoladas: ventilação/refrigeração, iluminação, sensores de ocupação de salas e distribuição de energia.
“Além disso, nos últimos anos, vimos a tecnologia Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem de Informações da Construção, ganhar bastante força. Desde sua concepção, os novos prédios já são projetados para ser mais eficientes e sustentáveis. Isso porque já é possível criar digitalmente um ou mais modelos virtuais precisos de uma construção, oferecendo suporte ao projeto ao longo de suas fases de desenvolvimento e permitindo análise e controle mais eficientes do que os processos manuais”, afirma Martins.
Considerando todos esses fatores, a busca por edifícios sustentáveis e com emissão zero de carbono é cada vez mais presente dentro do conceito de smart city. Desse modo, o que antes era algo para o futuro, já está sendo visto no presente: fatores como energia renovável e armazenamento de energia integrados à infraestrutura de um prédio.
Há, ainda, a disponibilidade de aplicativos que analisam e informam os horários mais vantajosos financeiramente para carregar uma frota de veículos elétricos (outra tendência nas cidades inteligentes) e comparar com os melhores horários para armazenar ou usar a energia no local.
“Estamos construindo um caminho para integrar cada vez mais os smart buildings com as cidades inteligentes e os bons resultados estão cada vez mais perto. Todos os integrantes de uma cidade que se estrutura para se tornar uma smart city, como formuladores de políticas, moradores e empresas, podem desempenhar um papel de extrema importância no repensar do planejamento urbano. Com isso, além dos prédios inteligentes, passaremos a ver uma abordagem circular para energia e serviços públicos, soluções para eletrificação limpa, tecnologia digital inteligente e infraestrutura eficiente”, finaliza o executivo.
Com informações do Terra